MPF tenta forçar empreiteiro a delatar filho de Lula

Para o Ministério Público Federal (MPF), é "incerto" o futuro do acordo de delação premiada de Otávio Marques de Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez. O motivo? Os lavajateiros dizem que ele omitiu "irregularidades" envolvendo um dos filhos do presidente Lula, segundo reportagem da Folha de S.Paulo nesta quarta-feira 28/I.

Em dezembro do ano passado, Azevedo foi alvo de três mandados de busca e apreensão na fase da Lava Jato batizada de "Mapa da Mina", que "apurava" se o sítio de Atibaia foi comprado com dinheiro de propina da Oi por meio de sócios de Fabio Luís Lula da Silva.

Diz a Lava Jato em petição enviada à Justiça que, embora o empresário tenha firmado acordo de colaboração, "nele não tratou sobre os ilícitos narrados na presente peça".

À Folha, a defesa de Fábio Luís Lula da Silva afirmou que a iniciativa de investigar um delator mostra que o Ministério Público chega ao ponto de ir contra um acordo homologado na Justiça para atingir seus objetivos.

Para o advogado dele, Fábio Tofic Simantob, o empreiteiro não teria motivos para omitir eventuais ilícitos em seu acordo, ainda mais envolvendo um filho de ex-presidente. Isso, diz, aponta que não houve crime na relação entre a tele e as empresas. "O que existe [na investigação] é um amontoado de suposições."