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Na Globo, Mandetta dá xeque-mate em Bolsonaro

Será que, depois dessa, o presidente mantém o ministro no cargo?
publicado 13/04/2020
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O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), confrontou mais uma vez o comportamento do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no combate ao coronavírus.

Em entrevista ao Fantástico no último domingo (12/IV), Mandetta criticou as atitudes de Bolsonaro, mesmo sem citá-lo diretamente.

"Acho que tem muita gente que gosta da internet, que vê na internet alguma fake news dizendo que isso é uma invenção de países para ganharem vantagem econômica. Outras pessoas porque (acham que) existe um complô mundial contra elas. Como se tivesse alguma solução, com passe de mágica e que não precisasse que ninguém fizesse sacrifício. Quando você vê as pessoas entrando em padaria, entrando em supermercado, fazendo filas uma atrás da outra, encostadas, grudadas, pessoas fazendo piquenique em parque, isso é claramente uma coisa equivocada".

Na quinta-feira (09/IV), o presidente foi a uma padaria na Asa Norte, região central de Brasília. 

De acordo com o ministro, com a falta de um discurso unificado a população fica sem saber quem ouvir.

"O presidente olha muito também pelo lado da economia. E chama muito a atenção o lado da economia. O Ministério da Saúde entende a economia, entende a cultura e educação, mas chama pelo lado de equilíbrio de proteção à vida. Eu espero que essa validação dos diferentes modelos de enfrentamento dessa situação possa ser comum e que a gente possa ter uma fala única, unificada. Por que isso leva para o brasileiro uma dubiedade: ele não sabe se escuta o ministro da Saúde, se ele escuta o presidente, quem é que ele escuta", afirmou.

Além de exibida da Rede Globo, tratada como inimiga por Bolsonaro, a entrevista aconteceu na sede do governo de Goiás, ocupada por Ronaldo Caiado (DEM-GO), que recentemente rompeu com o presidente.

Na conversa, o ministro também disse que 'maio e junho serão os meses mais duros' da pandemia de Covid-19.

"Sabemos desde o início que fizemos a projeção que a segunda quinzena de abril seria a quinzena que aumentaríamos e que o mês de maio e junho seriam os meses de maior estresse pro nosso sistema de saúde. Nós estamos agora vivendo um pouco do que fizemos duas semanas pra trás. Se iniciarmos precocemente uma movimentação, nós vamos voltar a ter aquele mesmo padrão do início aonde você tinha dia após dia um aumento do surgimento de brotes epidêmicos. A gente imagina que os meses de maio e junho serão os sessenta dias mais duros para as cidades. A gente tem diferentes realidades. O Brasil a gente não pode comparar com um país pequeno, como é a Espanha, como é a Itália, a Grécia, Macedônia e até a Inglaterra. Nós somos o próprio continente. Sabemos que serão dias duros. Seja conosco ou qualquer outra pessoa. Maio, junho, em algumas regiões julho, nós teremos dias muito duros".

A entrevista completa está aqui.