Nenhuma polícia mata tanto quanto a nossa!
É " 'sobre' violenta emoção", não é isso, Conge?
publicado
14/04/2019
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Do Globo Overseas:
Letalidade policial no Brasil mais que dobra em cinco anos; Rio tem recorde de mortes de agentes e civis
Em 2013, a cada dois policiais brasileiros assassinados, outras 11 pessoas eram mortas pela polícia. De lá para cá, essa relação só aumentou. Em 2017, para cada dois policiais militares ou civis executados, outras 28 pessoas eram mortas por eles.
O aumento da letalidade policial nos últimos anos é atestado por outro indicador. Há seis anos, de cada cem assassinatos ocorridos no Brasil, quatro eram cometidos por policiais. Em 2017, já eram oito.
Os números foram calculados (...) com base em dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Ao todo, os policiais militares e civis, em serviço ou fora, mataram 5.159 pessoas em 2017, último ano para o qual há dados disponíveis. Em 2013, tinham ocorrido 2.202 mortes dessa forma.
(...) A pesquisadora Samira Bueno, diretora executiva do FBSP, diz que medidas legais e administrativas adotadas para diminuir o uso desnecessário da força não têm sido capazes de impedir a escalada da violência. Autora de um estudo que compara as mortes provocadas por policiais em diversos países , ela avalia que uma mudança “estrutural” vai levar tempo, até porque boa parte da população concorda com a lógica do “bandido bom é bandido morto”.
— É muito difícil condenar a população (por pensar assim), na medida em que não se consegue garantir direitos básicos dessa população — avalia Samira, apontando ainda a existência de um paradoxo: quando a polícia se torna agressiva, a população que aplaude a repressão também deixa de confiar nela. (...)
Também do Overseas:
Brasil perde apenas para El Salvador em mortes provocadas por policiais, mostra estudo
Levantamento da pesquisadora Samira Bueno, diretora executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), mostra que a polícia brasileira costuma ser mais letal que a de outros países, quando se leva em conta o total de assassinatos. De acordo com o estudo de Samira, em 2016, para cada 100 homicídios sem o envolvimento de policiais brasileiros, havia 7,8 mortes ligadas à polícia. Nos Estados Unidos e na África do Sul essas taxas foram respectivamente de 2,9 e 3,7. (...) De acordo com números calculados pelo GLOBO com base em dados do FBSP, a letalidade policial em território nacional mais do que dobrou em cinco anos .
Dos locais analisados por Samira, apenas El Salvador, constantemente apontado como o país mais violento do mundo, teve um índice maior que o Brasil em 2016: 10,8. Contudo, até 2014, o dado brasileiro era superior. O aumento, no caso de El Salvador, é explicado pelo endurecimento da política antidrogas nos últimos anos contra o tráfico.
— Os dados nos auxiliam a compreender a gravidade do cenário brasileiro em perspectiva comparada e por que o controle e monitoramento do uso da força pelas polícias deveria ser estratégia para as diferentes esferas de governo no país — escreve Samira.
(...) quando se analisa o perfil das vítimas, o exemplo americano se assemelha ao brasileiro. Dados levantados pela Universidade de Washington mostram que, enquanto 0,7 homens brancos eram mortos por policiais a cada grupo de cem mil pessoas, essa relação sobe para 2,2 mortes no caso de homens negros. Isso significa que, em média, a chance de um negro ser morto por um policial é três vezes maior do que a de um branco.
Em tempo: ouça, no podcast afiadíssimo do Conversa Afiada, que o ministro da Justissa Sérgio Moro - ex-Judge Murrow - confunde "sob" com "sobre".
Em tempo2: sobre (ou seria "sob", Moro?) a violenta emoção.
Em tempo3: Moro também chama "cônjuge" de "conge" - termo que mereceu novo verbe no (sempre afiado!) ABC do C Af!
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