NY Times expõe ao mundo como Bolsonaro destrói a Amazônia
O Conversa Afiada reproduz do New York Times deste domingo, 28/VII, trecho de reportagem de Letícia Casado e Ernesto Londoño:
A destruição da Floresta Amazônica no Brasil aumentou rapidamente desde que o novo presidente de extrema direita assumiu e seu Governo reduziu os esforços para combater a extração ilegal de madeira, pecuária e mineração.
Proteger a Amazônia esteve no centro da política ambiental do Brasil nas últimas duas décadas. Em dado momento, o sucesso do Brasil em desacelerar a taxa de desmatamento se tornou um exemplo internacional de conservação e esforço para combater a mudança climática.
Mas, com a eleição do Presidente Jair Bolsonaro, um populista que foi multado por violar as regulamentações ambientais, o Brasil mudou substancialmente de rota, recuando dos esforços que fez para desacelerar o aquecimento global ao preservar a maior floresta tropical do mundo.
Enquanto fazia campanha para a Presidência no ano passado, Bolsonaro declarou que as vastas terras protegidas do Brasil eram um obstáculo ao crescimento econômico e prometeu abri-las à exploração comercial.
Com sete meses de mandato, isso já está acontecendo.
A parte brasileira da Amazônia perdeu mais de 1.330 milhas quadradas de cobertura florestal desde que Bolsonaro assumiu o cargo em janeiro, um aumento de 39% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a agência do governo que rastreia o desmatamento.
Somente em junho, quando a estação mais fria e seca começou e o corte de árvores se tornou mais fácil, a taxa de desmatamento aumentou drasticamente, com aproximadamente 80% de crescimento na perda de cobertura florestal em comparação a junho do ano passado.
O desmatamento da Amazônia está aumentando à medida que o Governo Bolsonaro recua em medidas de fiscalização, como multas, advertências e apreensão ou destruição de equipamentos ilegais em áreas protegidas.
Uma análise de registros públicos do New York Times descobriu que tais ações de fiscalização pela principal agência ambiental do Brasil caíram 20% durante os primeiros seis meses do ano, em comparação com o mesmo período de 2018. A queda significa que vastas extensões da floresta tropical podem ser derrubadas com menos resistência das autoridades.
As duas tendências - o aumento do desmatamento e a crescente relutância do Governo em enfrentar atividades ilegais - são preocupantes para pesquisadores, ambientalistas e ex-autoridades que afirmam que o mandato de Bolsonaro pode levar a enormes perdas de um dos recursos mais importantes do mundo.
“Estamos enfrentando o risco de desmatamento descontrolado na Amazônia”, oito ex-ministros do Meio Ambiente do Brasil escreveram em uma carta conjunta em maio, argumentando que o Brasil precisava fortalecer suas medidas de proteção ambiental, não enfraquecê-las.
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