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O adeus de Lula e Dilma a D. Paulo

Vamos segui-lo em seu bom combate
publicado 14/12/2016
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D Paulo com Dilma.jpg

O Conversa Afiada reproduz as declarações do Presidente Lula e da Presidenta Dilma em decorrência da morte de Dom Paulo Evaristo Arns, nesta quarta-feira, 14.

Do site da Presidenta Dilma:

Recebo com pesar a notícia do falecimento de Dom Paulo Evaristo Arns, grande líder progressista incansável na defesa dos direitos humanos e da liberdade. Dom Paulo será sempre lembrado como símbolo da luta pela democracia, por sua atuação contra a ditadura. ]

O Brasil perde um defensor dos pobres, que passou a vida pregando igualdade de direitos e o fim da exclusão social.

Descanse em paz, amigo do povo. Seguiremos lutando!

Do site de Lula:

O Brasil perdeu hoje um dos seus maiores símbolos na luta pela Justiça. Nossa América perdeu a voz destemida que enfrentou ditaduras truculentas e o braço amigo que abrigou centenas de refugiados que eram perseguidos nos países vizinhos.  O mundo perdeu um vulto gigante na defesa universal dos Direitos Humanos.

Junto com Marisa, venho expressar com forte emoção o agradecimento de famílias inteiras, lideranças sociais, militantes dos movimentos populares, cidadãos e cidadãs de todas as colorações partidárias que tanto aprenderam com ele em décadas de convivência inspiradora.

Sua coragem sempre foi aquela das pessoas sábias e serenas, que dialogam sem preconceito com qualquer adversário e não enxergam inimigos em seu redor, caráter marcante de um apóstolo da pluralidade e da tolerância.

Sempre teve lado: o lado dos mais pobres.

Assumindo a autoridade de bispo em 1970, destacou-se na defesa dos direitos de presos comuns na zona norte de São Paulo.  Poucos meses depois, tornou-se a voz dos presos políticos sobreviventes das torturas, que sempre reconheceram nele a energia contagiante de quem denuncia a violência e desmascara farsas policiais, sem nunca se recusar a bater na porta de um quartel ou dialogar com quem se dispusesse a isso.

Franciscano que era, seguiu o exemplo de seu mestre para seguir uma clara opção preferencial pelos oprimidos em sua Igreja da Libertação. Semeou e cultivou Comunidades Eclesiais de Base, revolucionou a formação dos seminários levando os futuros sacerdotes a viverem nos bairros da periferia. Impulsionou a Pastoral Operária, encorajou o trabalho da Igreja com as crianças, vocação profética de sua irmã Zilda até a morte trágica no Haiti.

Acalentou o sonho da agricultura familiar que conheceu em sua terra natal catarinense, Forquilhinha, como prova cabal e demonstração de que as pessoas do campo não estão condenadas a sofrerem fome e a viverem na miséria.

O Brasil perde muito.  Mas não perde nenhum de seus ensinamentos e de suas lições.

Num momento tão difícil de nossa vida nacional, cabe recolher seu legado de dignidade e coerência como inspiração permanente.  Cabe resgatar os ideais de esperança que Dom Paulo sempre apresentou como lema de uma vida inteira.

Que descanse em paz.  Que busquemos segui-lo em seu bom combate.