Canto do cisne: Globo é media tech. Quá, quá, quá!
O Conversa Afiada reproduz do NTV/UOL:
Globo dispensa diretor comercial e anuncia que irá virar empresa 'media tech'
A Globo anunciou nesta quinta-feira (28) que Marcelo Duarte não é mais seu diretor comercial. O executivo deixa a emissora apenas um ano e três meses após assumir a Diretoria Geral de Negócios, no lugar de Willy Haas. Na mesma nota, a Globo revelou a unificação dos departamentos comerciais de suas empresas (exceto jornais e revistas) e se posicionou como uma companhia que está se transformando em uma "media tech".
Duarte será substituído por Eduardo Schaeffer, que comandará a nova Diretoria Integrada de Negócios. A partir de agora, todas as áreas de negócios da TV aberta, da TV paga (Globosat) e das operações digitais do Grupo Globo passam a atuar de forma integrada.
As equipes comerciais que antes eram divididas em digital e tradicional foram unificadas e passam a trabalhar em um único espaço físico. Em outras palavras, não existem mais profissional de vendas que só comercializa a TV Globo, o filé mignon.
Segundo comunicado divulgado à imprensa, a mudança foi feita com o intuito de tornar a Globo uma empresa "media tech", mais tecnológica, oferecendo uma melhor experiência às pessoas e melhores resultados aos anunciantes. A emissora, no entanto, não explicou o que considera uma empresa "media tech".
Segundo Carlos Henrique Schroder, diretor-geral da Globo, o objetivo maior que guia a mudança é tratar de forma integrada as necessidades das marcas e das pessoas. Com as mudanças e o novo modelo de negócios e liderança, as funções antes exclusivas para a operação comercial tradicional foram extintas.
Confira a seguir o comunicado enviado pelo Grupo Globo na íntegra:
Uma das maiores redes de televisão aberta do mundo deu um passo decisivo, nesta quinta-feira, para a transformação de seu modelo de atuação comercial. A Globo acaba de anunciar a criação da sua Diretoria Integrada de Negócios: todas as áreas de negócios da TV aberta e das operações digitais do Grupo Globo passam a atuar de forma integrada, oferecendo soluções completas em uma única proposta de valor ao mercado anunciante. As equipes comerciais, até aqui divididas em digital e tradicional, foram unificadas e passam a atuar sob comando único. A mudança é um movimento fundamental na transformação da Globo em empresa Media Tech, para oferecer uma melhor experiência às pessoas e melhores resultados aos anunciantes.
'Mais do que juntar equipes, estamos falando em capacitá-las com novos conhecimentos e habilidades específicas de Media Tech, sem abrir mão dos atributos que elas aportam individualmente. É um processo permanente e que acontece ao longo do tempo: preserva-se o que está certo ao mesmo tempo em que se vai ajustando o modelo, em um processo ágil e veloz. O que estamos fazendo é a integração definitiva do tradicional ao digital, do BI à inteligência criativa, da inteligência artificial à criatividade humana', declarou o diretor-geral da Globo, Carlos Henrique Schroder.
Segundo Schroder, o objetivo maior que guia a mudança é tratar de forma integrada as necessidades das marcas e das pessoas. 'A vocação desta companhia é ser um hub, o lugar onde todos se encontram, oferecendo, inclusive, oportunidades cruzadas de negócios para as marcas'.
Já integrada, a equipe comercial passa a trabalhar, a partir de hoje, em um único espaço físico, sob o comando de Eduardo Schaeffer, que terá a missão de redesenhar a área e capacitar o time com novas ferramentas e habilidades. A opção pelo seu nome para a Diretoria Integrada de Negócios se deve à sua trajetória executiva, uma carreira inteiramente construída no mundo digital --antes mesmo da sua chegada ao Grupo Globo em 2007.
'Com toda a sua experiência no digital, Eduardo Schaeffer foi a escolha natural para construir o modelo integrado e o novo perfil da equipe de Negócios, que atuará fortemente lastreada em dados. Nossa meta é oferecer uma experiência cada vez melhor, tanto para o consumidor quanto para o anunciante', comenta Schroder. 'O conceito da nossa campanha atual, ‘Globo em movimento’, reflete o espírito de transformação que nos impulsiona. Conteúdo é o nosso DNA, o nosso maior ativo, e as pessoas são o que nos move. Graças à tecnologia, hoje podemos focar não apenas na qualidade do conteúdo, mas também na experiência do público: como ele consome o que produzimos, onde consome e em que contexto. A escolha é da pessoa.'
A mudança acontece em uma semana de muitas movimentações no mercado mundial de Comunicação, com a concretização de fusões e a entrada de novos players em diferentes mercados. 'Este é um momento em que todas as empresas de comunicação repensam seus modelos, mesmo aquelas que já nasceram em ambiente digital. Estamos vivendo o momento do novo e, sendo um dos maiores grupos de comunicação do mundo, estamos também nos transformando', analisa Schaeffer.
'Passaremos a oferecer um modelo integrado, desde a concepção da oferta até a abordagem final, unindo a capilaridade de todas as plataformas digitais do Grupo Globo ao alcance incrível que só a Globo tem no Brasil, por meio de uma TV aberta de qualidade e penetração inquestionáveis. Isso vai nos permitir oferecer uma solução Globo muito mais completa', diz o executivo. E acrescenta: 'Vamos unir a eficiência da nossa entrega a uma mensuração precisa e transparente de resultados em todas as plataformas, passando pela concepção do produto alinhada à mensagem das marcas. Somos, desde sempre, uma empresa orientada para a qualidade e a essa orientação se soma um profundo conhecimento de dados e do comportamento do consumidor, expresso na filosofia do ‘milhões de uns’ com quem a Globo fala diariamente'.
Dentro desse novo modelo de negócios e liderança, as funções antes exclusivas para a operação comercial tradicional foram extintas. Com isso, Marcelo Duarte deixa a companhia.
UMASÓGLOBO
As mudanças na área de Negócios da maior operação do Grupo Globo acontecem seis meses após o anúncio do projeto 'UmaSóGlobo', feito por seu presidente-executivo, Jorge Nóbrega. O movimento tem o objetivo de transformar o modelo de negócios de todo o Grupo, sem abrir mão de seu DNA de conteúdo.
'O Grupo Globo está se transformando em uma empresa única e totalmente integrada, fortemente baseada no relacionamento direto com as pessoas. Vamos promover as melhores experiências por meio da junção de tecnologia e conteúdo, sustentados por um conhecimento profundo da jornada do consumidor e resultado de uma gestão de dados dos mais de 100 milhões de brasileiros que nos visitam diariamente. Poucas empresas de mídia do mundo têm a oportunidade que se abre para nós', declara Nóbrega.
Três iniciativas cross, transversais a diversas empresas do Grupo, já estão sendo concluídas com sucesso: a integração da área de Esporte, no modelo de gestão e na geração de conteúdos para a TV Globo, globoesporte.com e Globosat; a unificação da área de Tecnologia, na qual 4.000 profissionais, antes divididos em várias empresas, passaram a atuar de forma conjunta para todas elas; e a criação de uma área central de inteligência e comercialização dos ativos digitais produzidos pela TV Globo, Globosat e Som Livre, projeto implementado exatamente por Eduardo Schaeffer e que continuará sob sua responsabilidade.
'Com a Diretoria Integrada de Negócios, os ativos digitais do Grupo inteiro passarão a compor uma solução de comunicação mais ampla, com o alcance incomparável de uma TV aberta que chega a 99,55% do total da população brasileira”' afirma Nobrega. E conclui: 'É uma decisão extremamente corajosa começar este movimento integrado de negócios exatamente na nossa maior operação. Isto demonstra o quão claramente o grupo abraçou a filosofia de agir como uma Media Tech, com atributos essenciais como agilidade e velocidade na tomada de decisões e implantação de novos modelos. Os aprendizados a partir dessa integração, anunciada hoje, serão fundamentais em um futuro roll-out para todo o Grupo'."