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O presente de grego dado por São Paulo para Minas Gerais

Pimentel e a sabotagem de todos os lados
publicado 25/06/2018
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Créditos: Andressa Anholete/AFP

O Conversa Afiada reproduz trecho de artigo de Rodrigo Martins para a Carta Capital sobre os ataques do PCC ao estado de Minas Gerais:

PCC, 'presente' de São Paulo para Minas Gerais   


(...) Soa absurdo o excesso de confiança após a mais recente manifestação de força do PCC, que promoveu uma série de ataques em Minas Gerais e disseminou o terror na população mineira. De acordo com um balanço da Polícia Militar, 68 ônibus e 16 veículos particulares foram destruídos por criminosos ligados à facção entre os dias 3 e 11 de junho.

Ao menos 25 delegacias e instituições públicas também foram alvo de tiros ou coquetéis molotov. Nesse mesmo período, 90 adultos foram presos e 26 adolescentes apreendidos, sob a acusação de participar dos atentados.

Bilhetes interceptados pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, do MP paulista, indicam que os atentados receberam aval da cúpula do PCC. Além disso, a maioria dos ataques ocorreu na região do Triângulo Mineiro e no sul do estado, em municípios próximos da divisa com São Paulo, berço da facção criminosa, observa o coronel Helbert Figueiró, comandante da Polícia Militar de Minas.

“Os indícios apontam para uma insatisfação com a regulação, com a disciplina nas penitenciárias”, afirmou a CartaCapital. “Temos a suspeita de que as ordens para os ataques saíram de presídios onde foram instalados bloqueadores de sinal de celular recentemente.”

Das 200 unidades prisionais de Minas Gerais, somente cinco possuem esse dispositivo em funcionamento, entre elas um presídio administrado pela iniciativa privada. A exemplo do que ocorre em todo o País, o sistema carcerário estadual está superlotado, dispõe de 37 mil vagas para mais de 65,6 mil presos, segundo o Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias, o Infopen, com dados tabulados até junho de 2016.

No início da crise, o governador Fernando Pimentel, do PT, também atribuiu os ataques ao suposto rigor do sistema prisional mineiro. “Aqui não afrouxamos o sistema carcerário para organização criminosa alguma. E por conta disso estamos pagando esse preço”, afirmou. O coronel Figueiró observa, porém, que somente a investigação da Polícia Civil será capaz de confirmar a autoria e as reais motivações dos atentados. (...)