Os sindicatos de verdade estão mais vivos do que nunca!
O Supremo considerou legal o aspecto sinistro da reforma trabalhista - a que pretende revogar a Lei Áurea - que impede a contribuição sindical obrigatória.
Essa decisão se originou na sala de chá da Casa Grande, chá inglês servido pelos escravos de Debret.
No mesmo dia, se soube pelo IBGE que:
- o desemprego no Brasil DOBROU desde o Golpe dos canalhas e canalhas, Golpe que o Supremo homologou;
- desde o Golpe, o Brasil perdeu QUATRO MILHÕES de postos de trabalho com carteira assinada;
- passou a proliferar o trabalho dos "empreendedores" do banqueiro Gustavo Franco: os desempregados que, movidos pelo mais nobre sentido weberiano (olha aí, FHC!) do capitalismo, acordam cedo para vender comida e pano alvejado nas ruas;
- desde 2012, o número de "desalentados"- os que desistiram de procurar emprego - cresceu em cinco milhões de brasileiros, na maioria jovens e mulheres!
Um colosso!
A Casa Grande vai mandar servir mais chá: "menino, venha cá!"
É a combinação perfeita para a Casa Grande e seus instrumentos.
Trabalhadores reduzidos à condição de servos, sem proteção da Lei.
É isso, amigo navegante?
Não!
O ansioso blogueiro perguntou a um amigo: é o fim dos sindicatos?
Ele respondeu:
Os sindicatos passarão a promover ações coletivas, em defesa dos seus associados, que, se bem sucedidas, também lhes renderão recursos.
A reforma diminuiria a litigiosidade individual, porque obriga o trabalhador a pagar as custas do processo, se derrotado, mas aumentaria a litigiosidade coletiva: os sindicatos entram com mais ações coletivas. E se perderem, quem paga é o sindicato e, não, o trabalhador individualmente.
O ansioso blogueiro, ansioso, resolveu consultar outra fonte igualmente categorizada:
A reforma vai obrigar os sindicatos e trabalhar com outras referências. Muito provavelmente vamos presenciar um fenômeno crescente de unificações sindicais e de categorias (p.ex. sindicato dos trabalhadores do ABC, juntando todas as categorias, diretorias, sedes).
Esses movimentos podem aumentar o poder de pressão, organizar as finanças e redimensionar a ação sindical de uma tal ordem que podem deixar a situação ingovernável às empresas.
Convenhamos, o sindicalismo atual - salvo as exceções conhecidas - está dominado pelos empregadores (não é isso, Dr Skaf, da FIE P? - PHA).
Essa mudança de patamar pode acabar com a governabilidade deles.
Por mais que façam malabarismos, é inexorável que a atividade econômica dependa de organização e de ambiente de pacificação.
O rompimento desse equilíbrio - agora celebrado na sessão de chá, como diz você, na Casa Grande e no Supremo - desanda tudo!
Ou seja, a crise oferece oportunidade de redenção.
O que hoje é aparentemente domínio total pode ser o começo do desespero da Casa Grande.
Podem faltar polícia e decisões dos TRTs para conter a reação coletiva.
Não se esqueça: o sistema sindical foi estruturado para EVITAR a ação coletiva.
Essas - e muitas outras - possibilidades são reais e possíveis.
Muito provavelmente serão construídas pela parte verdadeiramente sindical do atual sistema.