Pandemia chega aos presídios e Moro segue lógica tosca
Crédito: Gazeta do Povo
Luiz Nassif, no GGN - No início da organização da guerra contra o coronavirus, o Ministro da Justiça Sérgio Moro rebateu qualquer tentativa de afrouxar as condenações.
Eram propostas simples: presos do semiaberto seriam autorizados a ficar em casa, por exemplo.
Sua lógica tosca era a de que não havia nenhuma infecção nos presídios. Logo, segundo o gênio de Maringá, bastaria proibir contatos dos presos com familiares ou advogados para se ter a blindagem.
Ontem, em reunião da Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), o Ministério da Justiça confirmou o primeiro caso de coronavirus em presídio. Um preso no semiaberto que saiu temporariamente, voltou e apresentou sintomas de infecção.
Depois de infectado, foi autorizado a prisão domiciliar. E nenhuma decisão a mais resultou desse sinal evidente da tragédia anunciada.
E Moro usará de seus argumentos tão racionais como os do chefe: é apenas um; é apenas 10; é apenas 100; é apenas 50%.
Não é apenas falta de solidariedade. Como comprovou em todo seu período como Ministro, Moro tem uma dificuldade intransponível de tomar qualquer decisão, de pensar minimamente fora da caixinha.