Papa Francisco: Amazônia é vítima dos "interesses que destroem"
Francisco recebeu representantes das populações indígenas durante a missa de abertura do Sínodo da Amazônia (Reprodução: Vatican News)
Neste domingo 6/X teve início o Sínodo da Amazônia, um encontro promovido pela Igreja Católica para discutir as questões ambientais e sociais da região da floresta.
Participam da atividade bispos, padres, freiras, acadêmicos e membros da Organização das Nações Unidas (ONU), representando nove países: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Guiana, Guiana Francesa, Venezuela e Suriname. O encontro acontece no Vaticano e vai até o dia 27/X.
O Papa Francisco - esse brizolista e peronista! - já declarou sua extrema preocupação a respeito das queimadas na Amazônia durante o governo Bolsonaro.
Em 9/VIII, por exemplo, o Papa disse que matar a Amazônia é matar a humanidade.
Pouco depois, em 11/IX, o pontífice alfinetou o Jair Messias ao dizer que nem todos os governantes fazem o possível pela floresta.
E no dia 3/X, Francisco afirmou que as queimadas são um problema mundial!
Não à toa, o Gabinete de Segurança Institucional anunciou, já em fevereiro, que a Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) iria monitorar os debates do Sínodo da Amazônia...
Na manhã de hoje (6/X) o Papa presidiu a missa de abertura do encontro, no Vaticano.
E fez, mais uma vez, uma defesa do meio-ambiente, dos ativistas e dos direitos dos povos indígenas.
"Deus nos preserve da ganância dos novos colonialismos", declarou o Papa.
Em seguida, ele cita diretamente as recentes queimadas:
"O fogo ateado por interesses que destroem, como o que devastou recentemente a Amazônia, não é do Evangelho. O fogo de Deus é calor que atrai e congrega em unidade. Alimenta-se com a partilha, não com os lucros."
Trata-se, possivelmente, de uma referência ao arbusto em chamas do Antigo Testamento (Êxodo 3:1), que Deus utiliza para dialogar com o profeta Moisés.
Ele continua: "o fogo devorador alastra quando se quer fazer triunfar apenas as próprias ideias, formar o próprio grupo, queimar as diferenças para homogeneizar tudo e todos".
A floresta, portanto, precisa do "fogo da missão" - não do fogo que "devora povos e culturas".
Francisco é o Papa que mais deu atenção às causas ambientais - e à importância dessas pautas para as populações mais vulneráveis.
A encíclica Laudato Si', de 2015, responsabiliza os bilionários pela devastação do meio ambiente.
No mesmo ano, em encontro com movimentos sociais em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, o Papa Francisco declarou que é preciso apoiar os mais pobres com os três "Ts": terra, trabalho e teto.
Depois de hoje, é possível que o presidente Bolsonaro acuse o Papa de estar por trás das queimadas.
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