Parente quer censurar economista!
O presidente ladrão (E) e o Malan Parente, que não vai descansar enquanto não entregar toda a Petrobras (Reprodução)
De Fernando Morais, no Nocaute:
Pedro Pullen Parente, o príncipe da privataria dos golpistas – que já havia prestado os mesmos serviços ao tucanato, na era FHC – é hoje o responsável pela venda da Petrobrás e do Pré-Sal a preço de banana na bacia das almas das multinacionais. Mas o elemento não gosta de críticas, e está movendo um processo criminal por calúnia, difamação e injúria contra o economista William Nozaki, que o criticou em um artigo publicado na revista Carta Capital. Veja a seguir o texto postado por Nozaki no Facebook.
Censura Bateu Na Minha Porta
William Nozaki
Fui surpreendido essa semana com a intimação judicial de um processo criminal movido contra mim pelo atual presidente da Petrobras.
Como professor e pesquisador tenho me dedicado no último período a estudar questões relacionadas a grupos de pressão e conflitos de interesse em empresas do setor de petróleo e energia.
Parte dessa reflexão tem sido publicizada em algumas revistas e blogs. Em um dos meus artigos chamei a atenção para três fatos que me parecem passíveis de problematização:
(I) Pedro Parente mesmo depois de ter assumido a presidência da Petrobras permanece como presidente da BMF&Bovespa;
(II) além disso mantém uma consultoria financeira privada que gere patrimônios de famílias ricas;
(III) tudo isso em um momento delicado de privatização de ativos da Petrobras.
Mapear redes de relações e averiguar a existência de interesses cruzados entre a esfera pública e a iniciativa privada é um procedimento normal de diversas pesquisas nas áreas de ciência política e economia.
Como gestor de uma empresa estatal de natureza pública, Pedro Parente poderia ter prestado esclarecimentos sobre suas atividades junto ao mercado empresarial privado, pois tal fato é inclusive objeto de denúncia no Ministério Público Federal.
Entretanto, o atual presidente da Petrobras optou por mover um processo criminal contra um professor e pesquisador. Tal decisão soa como uma tentativa de intimidação, de ameaça e de censura contra a reflexão crítica e a liberdade de expressão.
Quando o presidente de uma das maiores empresas da América Latina se ocupa de processar injustamente um professor é porque há algo de muito errado acontecendo no país.
Em tempo, deixo abaixo o link de dois dos meus artigos sobre o tema supracitado:
https://www.cartacapital.com.br/economia/os-conflitos-de-interesse-na-petrobras
https://www.cartacapital.com.br/economia/grupos-de-pressao-e-o-pre-sal-antecedentes-da-crise
William Nozaki é economista, sociólogo, professor da Fundação Escola de Sociologia e Política e coordenador do mestrado Estado, governo e políticas públicas (FLACSO-FPA)