Petrobrás acaba Programa de Criança na Bahia
Via Alagoinhas Hoje:
No dia 30 de junho, próxima sexta-feira, a Petrobras encerrará as atividades do Programa de Criança na Bahia.
O programa sempre foi importante alternativa de inclusão social e de melhoria do desempenho escolar dos alunos participantes.
Cerca de 100 profissionais que atuavam direta e indiretamente no programa serão demitidos.
Crianças de Alagoinhas, Esplanada, Cardeal da Silva, Entre Rios, Araçás, Catu, Pojuca, São Sebastião do Passé e Candeias, num total de 1.200 estudantes, não terão como desenvolver suas atividades educacionais, lúdicas e esportivas, no turno oposto ao da frequência escolar, a partir do segundo semestre.
Em Alagoinhas, São Sebastião do Passé e Araçás o programa atendia maior contingente de estudantes: 200 em cada município. Nas outras seis cidades, 100 crianças participavam das atividades sob supervisão de equipes multidisciplinares – educadores físicos, psicólogos, assistentes sociais, dentre outros.
Segundo Radiolvado Costa, diretor do Sindicato dos Petroleiros da Bahia, a direção da Petrobras não apresentou justificativas para o encerramento do programa e de forma evasiva afirmou que ele será reavaliado. “A empresa não deu nenhuma garantia quanto à continuidade do programa e temos convicção de que o encerramento, pelo menos enquanto a atual direção estiver no comando da Petrobras, será definitivo”, argumentou o sindicalista.
Para ele, a decisão da Petrobras indica que o desmonte da empresa está em curso e reforça a intenção de seus dirigentes no sentido encerrar as atividades da estatal na Bahia, privatizando todas as unidades sediadas no estado. “O final do Programa de Criança está inserido na estratégia entreguista do presidente Pedro Parente e não é fato isolado, mas algo muito mais amplo, que precisa ser combatido pelas forças políticas e sociais da Bahia”, pontuou Radiovaldo Costa.
O dirigente sindical afirmou que as administrações dos nove municípios atingidos pelo encerramento das atividades do programa, parceiras da empresa, não foram comunicadas antecipadamente por nenhuma instância da Petrobras. “Além de desrespeitar 1.200 famílias, a empresa também demonstra seu descaso com os dirigentes das prefeituras, eleitos pelo povo”, assinalou Radiovaldo Costa.
O Sindicato dos Petroleiros planeja mobilizar o governo do estado, UPB, Assembleia Legislativa e prefeitos das cidades atingidas visando unir forças no sentido de tentar barrar a decisão da Petrobras. “Aqui na Bahia, está o primeiro campo de petróleo do Brasil, estado no qual a empresa atuou fortemente por quase 50 anos, portanto, é inaceitável a forma como a direção da estatal desrespeita nosso estado e as famílias dos estudantes do Programa de Criança”, salientou Radiovaldo Costa.