PF do Moro abre inquérito contra o porteiro que citou Bolsonaro
(Crédito: Marcos Corrêa/PR)
A pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), a Polícia Federal de Sergio Moro abriu inquérito para investigar supostos crimes por parte do porteiro que afirmou que um dos suspeitos de assassinar Marielle Franco foi à casa de Jair Bolsonaro horas antes do crime.
O MPRJ alega que o porteiro pode ter cometido os crimes de obstrução de justiça, falso testemunho e denunciação caluniosa. Além disso, o porteiro também será investigado por suposta calúnia ou difamação contra o presidente da República.
Na quarta-feira 30/X, o procurador-geral da República, Augusto Aras, remeteu ao MPRJ um ofício do ministro da Justiça, Sergio Moro, que pedia a instauração de inquérito para investigar as citações a Bolsonaro.
Reportagem do Jornal Nacional em 29/X sustentou que um porteiro do condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, disse que, no dia do assassinato de Marielle, Élcio de Queiroz, ex-policial militar acusado de envolvimento no crime, afirmou na portaria que iria à casa 58, de Jair Bolsonaro. Ao interfonar para a casa em questão, um homem com a mesma voz do presidente teria atendido e autorizado a entrada. O suspeito, porém, teria se dirigido a outra residência dentro do condomínio - a de Ronnie Lessa, acusado de atirar contra Marielle e seu motorista, Anderson Gomes.
Já que a Polícia Federal quer investigar possível crime de obstrução de justiça por parte do porteiro, cabe perguntar se o mesmo não poderia ser feito em relação a Bolsonaro.
No sábado 2/XI, o presidente confirmou que tomou para si os arquivos com as gravações da portaria: “Pegamos antes que fosse adulterado, pegamos lá toda a memória da secretária eletrônica, que é guardada há mais de anos, a voz não é minha”.
Ou a PF só atua para um lado?
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