Brasil

Você está aqui: Página Inicial / Brasil / Pobre tem 0,16% de chance de brilhar no Enem!

Pobre tem 0,16% de chance de brilhar no Enem!

Boa! Lugar de pobre é na cozinha, não é, Jessé?
publicado 18/01/2019
Comments
Debret.jpg

Debret sabia que lugar de pobre é na cozinha!

A TV Afiada entrevistou o renomado sociólogo Jessé Souza a propósito do clássico "A Elite do Atraso - da escravidão à Lava Jato" e do seu livro mais recente "A Classe Média no espelho".

Jessé sustenta que a inclusão de pobres e negros na universidade nos governos Lula e Dilma foi uma das causas do Golpe dos canalhas e canalhas, que preferem pobres e negros na cozinha (para ser gentil ...).

O Estadão (em estado comatoso, só não quebra porque os credores não querem) tem outra prova dessa explícita estratégia de eugenia social:

Aluno pobre tem só 0,16% de chance de estar entre os melhores do Enem

Por Luiz Fernando Toledo e Vinícius Sueiro

Somente um pequeno grupo de 293 alunos brasileiros que estudaram em condições extremamente desfavoráveis conseguiu ter nota no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2017 equivalente à da elite dos colégios do País. Apesar de pobres e em escolas com infraestrutura precária, esses jovens contrariam as estatísticas, que mostram que o desempenho educacional está quase sempre relacionado às condições em que o aluno vive e estuda. Pelos dados, o aluno pobre tem só 0,16% de chances de estar entre as melhores notas do Enem.

O peso desses fatores socioeconômicos é de até 85% no resultado de quem presta o Enem – principal porta de entrada no ensino superior público e privado do País. Levantamento feito pelo cientista de dados e mestre em Economia do Setor Público pela Universidade de Brasília (UnB) Leonardo Sales cruzou dados de 1,3 milhão de candidatos cujas notas estavam disponíveis. Naquela edição, cerca de 4,6 milhões de alunos prestaram o teste.

Para fazer o cálculo, contou-se um “ponto” para cada condição geralmente relacionada a um baixo desempenho para a nota. São elas: cursar o ensino médio em colégio municipal ou estadual, não ter carro, computador, acesso à internet nem telefone fixo, ter frequentado escola com pouca infraestrutura (como baixo número de funcionários ou poucos equipamentos multimídia) e renda familiar inferior a R$ 312 por pessoa (equivalente a um terço do salário mínimo naquele ano).

No total, 176,9 mil candidatos do Enem daquele ano somaram dez pontos – estavam associados a todas essas condições adversas de uma só vez. Apenas 293 tiveram pontuação suficiente para entrar no grupo dos alunos mais favorecidos – o extremo oposto, sem preencher nenhum dos dez requisitos de vulnerabilidade socioeconômica. Significa que o aluno pobre tem apenas uma chance em 600 (0,16%) de ficar entre as 5% melhores notas. E, desse total de estudantes no topo, só 0,4% são desse estrato mais pobre.

Para entrar no grupo dos melhores, o desempenho necessário era de 659,5 pontos (de mil possíveis) na média das provas objetivas (Linguagens, Matemática, Ciências Humanas e da Natureza). Além de 180 questões dessas áreas, o exame cobra uma redação. Levantamento com notas do Enem anterior mostra tendência semelhante.

Quem são. Mais da metade desses alunos (154) é do Ceará, cujo ensino público se tornou referência após ter desenvolvido programas voltados para a alfabetização na última década. No ensino médio, a rede cearense é a quarta melhor do País, junto de São Paulo e Rondônia, como mostra o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2017 (mais recente), principal indicador federal de qualidade na área. (...)

Em tempo: sobre o papel excepcional do ensino no Ceará, veja essa entrevista com Veveu Arruda, então prefeito de Sobral - PHA

Gostou desse conteúdo? Saiba mais sobre a importância de fortalecer a luta pela liberdade de expressão e apoie o Conversa AfiadaClique aqui e conheça!

registrado em: ,