Podcast: 24 de agosto. Trabalhador leva tiro no peito!
Olá, tudo bem?
Esse podcast é sobre a volta da Escravidão, com o fim da CLT.
Como diz o José Augusto Ribeiro, autor de memorável texto sobre Vargas.
Nesse dia 24 agosto, no ano de 1954, Vargas se matou.
Porque preferiu a morte a entregar a Petrobras ao Roberto Marinho da época, o Assis Chateaubriand.
Por falar em Vargas nesse 24 de agosto, me disse José Augusto:
Houve uma queda de 60% na entrada de ações trabalhistas, por causa da "reforma" do Temer, que pune o trabalhador demandante com o pagamento das custas do processo.
Você processa o empregador, mas, se perder, paga as custas – e o advogado do patrão!
Voltamos à situação anterior à Revolução de 30 e só falta dizerem que a questão social é caso de polícia.
E o que é pior, José Augusto, os supostos ministros do Supremo de um suposto Tribunal advogam a radical terceirização – em atividades meio, atividades fim, ou qualquer outra atividade.
Pau no trabalhador!
E o contrato de trabalho intermitente?
O trabalhador é contratado por horas, dias, ou pelo tempo que o empregador quiser.
Em muitos casos, ele fica em casa, à espera de outro trabalho intermitente, e tem que dar prioridade ao empregador que o contratou – in-ter-mi-ten-te-men-te.
O resultado é que as negociações coletivas caíram dramaticamente em 2018.
Os reajustes salariais caíram também de forma dramática.
E acabou a contribuição sindical obrigatória, o que vai esvaziar os sindicatos e reduzir a capacidade de barganha do trabalhador.
O Brasil tem a quarta maior taxa de desemprego do mundo!
Os trabalhadores levam mais de um ano para conseguir um novo emprego.
A renda do assalariado minguou.
Per-fei-to!
É a destruição da classe trabalhadora.
Como antes de 1930.
Antes da CLT de Vargas.
Como lembra o José Augusto, voltamos à Republica Velha, quando os donos da Casa Grande diziam que a questão social era um caso de Polícia.
É bom lembrar, José Augusto, que essa abolição da abolição da Escravatura é da lavra de um certo ministro da Justiça do Trabalho, ilustre membro da família Gandra Martins, militante de primeiríssima hora do Golpe contra a Dilma!
Foi um Golpe anti-Vargas.
Para entregar a Petrobras.
E eliminar o trabalhador!
Está na hora de reler a Carta Testamento de Vargas, de 24 de agosto de 1954:
(...) A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobras foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente.
(...) E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.