Por que a Bahia cresce mais que o Brasil
De Robinson Almeida*, na Carta Capital:
No segundo trimestre deste ano o Produto Interno Bruto (PIB) baiano cresceu 1,9%. Esse resultado é quase 10 vezes maior que o crescimento do Brasil, que no mesmo período registrou apenas 0,2% da variação do PIB.
Há de se indagar por que no mesmo período a Bahia cresceu muito mais que o restante do Brasil. Certamente tem a influência de natureza econômica. A agropecuária cresceu 2,4% e puxou o índice baiano. No País, esse setor ficou estagnado. Mas a explicação vai além da economia, entra na política.
Para liderar um país ou um estado é necessário ter voto popular. O governador Rui Costa (PT) carrega a delegação de quase quatro milhões de baianos que nele votaram. Essa legitimidade possibilita a articulação dos setores produtivos e das forças de trabalho em prol do desenvolvimento do estado. Rui tem a gestão bem avaliada e transmite confiança, o que mobiliza toda sociedade.
Esse é um diferencial enorme em relação a Michel Temer. Falta ao presidente respaldo popular, valor fundamental para se liderar o País. Temer é ilegítimo, surgiu de um golpe de Estado e quinze meses depois tem o governo mais mal avaliado de todos os tempos. Denunciado por corrupção, Temer é o mau exemplo que não inspira confiança aos investidores nacionais e internacionais.
O segundo fator é que o governador Rui Costa é um gestor competente. Numa situação de crise, não deixou as contas do estado degringolarem. Fez a coisa certa e a Bahia mantém o equilíbrio fiscal. Fora o rico estado de São Paulo, a Bahia é o estado com mais investimentos de todo Brasil.
O governo constrói 40 km de metrô na capital, amplia os serviços de saúde e educação, inaugura obras quase todo dia no interior e atrai investimentos privados. Em viagem internacional, Rui assegurou fábrica de insulina e acordos para viabilizar o Porto Sul e a Ponte Salvador-Itaparica.
Enquanto isso, o presidente Temer não governa para o povo brasileiro. Governa para se manter no Poder. O orçamento não é usado para induzir o crescimento, é trocado por apoio no Congresso. A conta é paga pelo povo com aumento de impostos.
Temer não anuncia nenhum programa, pelo contrário, diminui ou acaba com os existentes. Tira do povo o orçamento da saúde, da educação e os direitos trabalhistas. Nada constrói, tudo vende. Das viagens ao exterior, traz constrangimentos e mãos vazias.
Temer é refém de uma cartilha neoliberal, da ortodoxia econômica pregada nos anos de 1990. Um modelo que o próprio FMI concluiu ser errado, pois em vez de tirar os países da crise, os levou ao atoleiro. O neoliberalismo desastroso de FHC, que agora Temer copia, levou o Brasil ao pior dos mundos.
O País está à deriva. Temer não tem nenhum compromisso com a soberania nacional e preocupa-se apenas em destruir direitos e vender a preço de banana a estrangeiros riquezas naturais do país e nossas empresas públicas. A política econômica, conduzida por Henrique Meirelles, não tirará o país da crise. Pelo contrário, só aprofunda o desemprego e os problemas sociais do País.
Trilhando caminhos nitidamente opostos, fica explicado por que Rui Costa deu de dez a zero em Temer no último trimestre.
*Robinson Almeida é deputado federal (PT-BA)