Presidente da Fundação Palmares defende que fabricante de cloroquina pague um "cachê" a Bolsonaro
(Redes Sociais)
O presidente da Fundação Palmares, Sergio Camargo, escreveu nesta terça-feira 7/VII que Jair Bolsonaro deveria ser remunerado pelo seu trabalho de divulgação da cloroquina.
"A cloroquina ganha seu maior garoto propaganda. Ninguém menos que o presidente Jair Bolsonaro", escreveu Camargo. "Bolsonaro está cada vez melhor! É um dia triste para a esquerdalha. Grande dia para a direita conservadora e para o Brasil!".
"Merecia ganhar um cachê do fabricante da cloroquina", completou.
A propósito, leia reportagem do Conversa Afiada:
Em mais uma demonstração de irresponsabilidade, Jair Bolsonaro publicou nas redes sociais um vídeo no qual faz propaganda da hidroxicloroquina e, supostamente, ingere o remédio, que não tem qualquer eficácia comprovada contra a Covid-19 (que o presidente anunciou nesta terça-feira 7/VII ter contraído).
"Estou tomando aqui a terceira dose da hidroxicloroquina. Estou me sentindo bem. Com toda a certeza está dando certo", disse Bolsonaro no vídeo
Na sequência, ele reconheceu que a droga não tem eficácia comprovada: "sabemos que nenhum [medicamento] tem a sua eficácia cientificamente comprovada, mas é mais uma pessoa que está dando certo. Eu confio na hidroxicloroquina. E você?".
Assista:
Nesta terça, logo depois de Jair Bolsonaro revelar que testou positivo para o novo coronavírus e que fez uso da hidroxicloroquina, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reafirmou que a substância é completamente ineficaz no tratamento da Covid-19.
"Todo nosso trabalho faz parte de um processo bem estabelecido, claro que estamos melhorando este processo. Fazemos uma revisão sistemática das evidências e isso demora, pois temos um grande número de estudos. Interrompemos o ensaio da hidroxicloroquina pela segurança, já que não podemos colocar a vida das pessoas em risco. Temos evidências suficientes para saber que não há nenhum impacto para pacientes hospitalizados com Covid-19", disse em entrevista coletiva Soumya Swaminathan, cientista-chefe do órgão, ao explicar por que os testes com a substância foram suspensos.
Na entrevista, Michael Ryan, diretor-executivo do Programa de Emergências em Saúde da entidade, disse torcer pela pronta recuperação de Bolsonaro.
"Desejo melhoras ao presidente. Outros países tiveram a mesma experiência. Isso realmente demonstra a realidade deste vírus. Todos nós estamos potencialmente expostos a ele, seja quem for. Temos a mesma vulnerabilidade", iniciou.