Privataria da Educação: o pau já come!
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No final de 2015, estudantes secundaristas ocuparam quase 200 escolas por todo o estado de São Paulo, em protesto contra o projeto de reorganização do ensino promovido pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB). A proposta do governo previa o fechamento de milhares de salas de aula e transferência forçada de alunos de uma escola para outra. A mobilização dos estudantes ao longo de várias semanas derrotou os ataques e Alckmin engavetou o projeto.
Em outros estados, como Goiás e Rio de Janeiro, alunos também ocuparam as escolas contra a privatização do ensino e em apoio aos professores em greve.
Agora, a reforma da educação do Temer, que visa a destruição do Ensino Médio, pode causar uma nova jornada de lutas da juventude por todo o país.
As mobilizações já começaram: em Bauru, no interior de São Paulo, estudantes de duas escolas estaduais protestaram contra os cortes de diversas matérias da grade curricular.
Reprodução: TV Tem
Em Sarandí, no interior do Paraná, duzentos estudantes organizaram um ato contra a reforma autoritária do Traíra. A Polícia Militar foi chamada e atacou os jovens com spray de pimenta. Uma menor de idade foi detida.
Em São Paulo, a Reforma na Educação deve resultar em ocupações na próxima semana. Alunos da E.E. Domingos Mignoni, localizada no Taboão da Serra - uma das escolas ocupadas em 2015 - irão se mobilizar na segunda-feira (26), quando uma nova assembleia será realizada para determinar a ocupação ou não em definitivo.
A gente sabe que o que querem é ensinar só Exatas e Linguagens. Estão ensinando os estudantes para serem massa de trabalhadores, não pensadores. Eu já não gostava de ficar na escola no período normal. Agora, então, com sete horas e sem Artes nem Educação Física, não vai ter incentivo nenhum para ir à escola. Acredito que novas ondas de ocupações podem acontecer, disse Helen Cristine, de 17 anos, estudante do 3o. ano do Ensino Médio.
Grupos autônomos prometem um ato para o próximo dia 26, segunda-feira, às 17h na Avenida Paulista. Também estão previstos atos nacionais para o dia 5 de outubro, segundo a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes).
Em tempo: para a presidenta da Ubes, Camila Lanes, a reforma do Ensino Médio deve aumentar a evasão escolar.