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Privataria mata trabalhadores na Petrobras

Maioria dos acidentes fatais é com trabalhadores terceirizados
publicado 10/06/2017
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Centenas de petroleiros realizaram ato contra a privatização da Petrobras, quinta-feira (08/06) no Rio de Janeiro (Créditos: CUT/FUP)

Da Federação Única dos Petroleiros (FUP):

Trabalhadores pagam com a vida desmonte promovido por Parente


Um trabalhador morreu e outros três ficaram feridos durante uma explosão nesta sexta-feira em uma caldeira na praça de máquinas do navio sonda NS-32 (Norbe VIII), afretado pela Odebrecht, a serviço da Petrobrás. O acidente ocorreu no Campo de Marlim, um dos principais ativos da estatal na Bacia de Campos. Segundo informações obtidas pelo Sindipetro-NF, a explosão aconteceu durante a manutenção de uma caldeira que não estava operando. Não houve incêndio, mas o vapor super aquecido causou queimaduras graves nos trabalhadores.

Erickson Nascimento de Freitas, de apenas 29 anos de idade, não resistiu e faleceu horas após a explosão. Ele era técnico em inspeções e calibração da IMI, empresa subcontratada pela Odebrecht, que executa serviços de sondagem para a Petrobrás. "Esse caso, assim como outros ocorridos em unidades marítimas, não podem ser considerados acidentes, já que há um histórico, que mostra claramente como a terceirização dos serviços afeta negativamente aos trabalhadores", declarou o Sindipetro-NF.

Desde o ano passado, a FUP vem denunciando o desmonte imposto pela gestão Pedro Parente, que dizimou o serviço próprio de sondas, hibernando e entregando as unidades a preço de banana, como fez recentemente ao realizar na surdina um leilão internacional, onde doou seis sondas. Saiba mais aqui.

"O setor de perfuração e sondagem está sendo totalmente desmobilizado, assim como outras áreas estratégicas da companhia. Um desmonte que vem sendo implementado ao longo dos últimos dois anos, com a hibernação das sondas que agora serão doadas ao mercado", já alertava a Federação em nota divulgada em março, questionando a empresa por gastar "mensalmente milhões com os chamados flotéis e aluguéis de sondas terceirizadas, cujos valores tendem a aumentar nos próximos anos".

(...) Essa é a quarta morte este ano ocorrida em unidades do Sistema Petrobrás, em função de acidentes. Todos os trabalhadores mortos eram terceirizados. Nos últimos 22 anos, foram 372 vítimas de acidentes fatais na Petrobrás, das quais 303 eram prestadores de serviço.

Em tempo: segundo o G1, a segunda vítima do acidente morreu na manhã deste sábado (10/06). O homem de 44 anos também era técnico em inspeções e calibragem da terceirizada IMI. Outras duas vítimas que seguem internadas no Hospital Municipal de Macaé.