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Promotora bolsonarista pede afastamento do caso Marielle

Freixo quer nova perícia
publicado 01/11/2019
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Carmen Eliza e Rodrigo Amorim, o valentão deputado bolsonarista que quebrou a placa de Marielle (Reprodução/Instagram)

A promotora Carmen Eliza Bastos de Carvalho, do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), pediu nesta sexta-feira 1º/XI afastamento do processo que investiga os assassinatos da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) e de seu motorista, Anderson Gomes. Como o Conversa Afiada mostrou ontem, Carmen Eliza é bolsonarista militante. Durante a posse de Jair Bolsonaro como presidente, em janeiro, ela publicou no Instagram: “Há anos que não me sinto tão emocionada. Essa posse entra naquela lista de conquistas, como se fosse uma vitória…”. Postou, ainda, bravatas como "Lula está preso, babaca" e até posou para foto com o valentão Rodrigo Amorim, deputado estadual pelo PSL-RJ que quebrou uma placa em homenagem a Marielle no ano passado.

"Durante toda a minha vida funcional, que exerço há 25 anos no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, jamais atuei sob qualquer influência política ou ideológica. Toda a minha atuação é pública e, portanto, o que afirmo pode ser constatado. Sempre pautei minha atividade profissional pela correta aplicação da lei, nunca me afastando, por qualquer motivo, dos elementos do processo e da verdade dos fatos", diz a promotora em nota.

"Nessa perspectiva, em razão das lamentáveis tentativas de macular minha atuação séria e imparcial, em verdadeira ofensiva de inspiração subalterna e flagrantemente ideológica, cujos reflexos negativos alcançam o meu ambiente familiar e de trabalho, optei, voluntariamente, por não mais atuar no Caso Marielle e Anderson. Ressalto que fator determinante para minha OPÇÃO de me afastar do caso reside no profundo respeito aos pais da vítima, que já sofrem com a mais dura dor, que é a perda de um filho. Não me permito que a esse sentimento se some qualquer intranquilidade motivada pela condução da ação penal, que se espera exitosa", completou.

Mais cedo, o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) havia pedido ao procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, José Eduardo Gussem, o afastamento de Carmen Eliza das investigações.

Como sustenta Freixo, Carmen ignorou dever funcional do cargo ao não se declarar suspeita para atuar no caso, “violando o art. 118, VII da Lei Complementar nº 106/2003 e art. 43 da Lei 8.625/1993.”

Outro pedido feito pelo deputado do PSOL é que se realize uma nova perícia nos arquivos que registram as entradas no condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, onde moram Bolsonaro e o policial Ronnie Lessa, acusado de disparar contra Marielle.

O Conversa Afiada noticiou na quinta-feira que a perícia feita pelos técnicos do MP apresenta lacunas e não exclui a possibilidade de que áudios do sistema de interfone tenham sido excluídos antes de chegarem à Polícia Civil.

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