Quantas empresas (e bancos) o Moro quebrou?
Em nenhum lugar do mundo haveria um Moro, o Torre de Londres, um juiz que julgasse tudo!
Em nenhum lugar do mundo existiria uma Vara como a de Curitiba, que pratica o vazamento despudoradamente e quebra empresas e reputações ANTES de que o acusado saiba da acusação!
O jornal nacional sabe antes que o advogado do “ladrão“!
Em nenhum lugar do mundo um juizeco de província poderia quebrar uma empresa, onde - a provar-se! - teria havido corrupção, antes que a Justiça se pronunciasse irrecorrivelmente.
Em nenhum lugar do mundo, um juizeco e a Globo teriam o poder de destruir o parque industrial pesado do país, com seu acervo de conhecimento da tecnologia nuclear – em nome do combate à corrupção e para prender o Lula!
A Lava Jato está próxima do fim de suas atividades, nas diversas arenas de seu do circo mediático: com a delação (selecionadíssima) do Marcelo Odebrecht e a prisão do Lula (e da Dilma, logo após, segundo a bomba Caramuru do Merval! Quá, quá, quá!)
Quer prender os ladrões?
Prende!
Mas não quebra as empresas e os bancos que as financiaram!
Por que os Procuradores que falam no wi-fi de Deus, aqueles Procuradores verticais combatem tanto os acordos leniência?
Porque não está em pauta fazer Justiça – mas, quebrar o Brasil (do Lula e da Dilma)!
O economista Paulo Leme, presidente do banco Goldman Sachs no Brasil, haveria de concordar com tudo o que acima se diz.
Ele viveu muitos anos nos Estados Unidos, a serviço do GS – um dos mais ativos na roubalheira dos derivativos que resultou no crash de 2008…
Ali, Leme combateu Lula com a fúria dos ventos que batem em Wall Street no inverno!
Agora, mais maduro e com mais responsabilidade, medita sobre o tamanho do rombo que o Moro praticou – em nome do Golpe!
O Brasil vive uma crise de insolvência – ou em Português claro: o Moro quebrou o Brasil.
As empresas e os bancos!
E cadê os acordos de leniência, o Chapter 11 americano?
Não interessa!
Dane-se o Brasil!
Leme, você deveria ter ido para a Argentina!
Leia trechos da entrevista que deu a Alexa Salomão e Ricardo Grinbaum, do Estadão, ele próprio em comatoso estado:
O sr. fala que há risco de uma grande onda de recuperações judiciais?
Dobrou desde o ano passado para cá. Já é um fato, não é um risco.
(…)
A geração de receita delas não consegue cumprir o serviço da dívida, que está em CDI (Certificados de Depósito Interbancário, título que praticamente tem a variação da taxa básica de juros) mais um spread altíssimo. Elas tiveram de consumir capital próprio. A contração do estoque de capital foi da ordem de 30%. Então, a destruição de capital e de trabalho – que é capital humano – é imensa. A característica particular desse momento é que temos uma crise de solvência. Se fosse possível reverter a situação da economia real em três meses, elas dariam uma volta nisso e se recuperariam. Mas, mesmo resolvendo a crise macroeconômica, a recuperação só viria no ano que vem e uma taxa de crescimento sólida, expressiva, só ocorreria em dois anos. Não havendo uma reversão do quadro, será preocupante. Mas ainda dá para reverter. Esperar que essa situação se revolva por si só é uma alternativa, eu diria, arriscada. É por isso que eu volto ao começo: ter um setor privado capaz de investir e crescer é essencial.
(…)
O bloco da Lava Jato tem comprador, mas algumas operações se dissipam quando passam pelo compliance (avaliação mais rigorosa dos ativos). A complexidade da legislação e o tempo gasto com temas jurídicos interferem. É preciso aperfeiçoar a questão jurídica. As empresas precisam pagar o que devem, ser punidas, mas num prazo mais rápido. É preciso agilizar a tramitação do acordo de leniência.
O sr. diz mudar a lei anticorrupção?
Precisamos de uma versão brasileira do americano chapter eleven (capítulo 11 da lei de falência americana que concede um prazo para a empresa reorganizar pendências, pagar as contas e voltar à ativa). Precisamos proteger o capital e o trabalho. Hoje, a lei não protege. Há compradores para essas empresas, mas quando eles se debruçam sobre a empresa e sobre a lei identificam vários riscos. Quem adquirir pode ficar com uma herança aí.
Muitos advogados têm questionado a aplicação da lei e os procedimentos em relação a essas empresas e chegam a dizer que eles mais facilitam a liquidação do que a recuperação. O sr. concorda com eles, então?
A primeira coisa que é necessária para resolver um problema é ter a consciência de que ele existe. Nesse caso, acho que ainda não existe essa consciência. A Lava Jato trouxe muitos benefícios, mas não podemos fazer as coisas a qualquer custo. Eu penso como economista. As coisas têm custo e benefício. Eu vejo o benefício. O custo não está sendo imputado. E qual é ele? A destruição de empregos e de capital em empresas com grande qualidade profissional e de engenharia. É preciso ter gente preparada e processos ágeis em diferentes órgãos do governo – Banco Central, Fazenda – e no Judiciário para agilizar soluções. O Brasil precisa de capital externo. Para colocar num número muito simples. Com o desemprego e a queda real dos salários, o consumo continua caindo. Não vai gerar atividade. Num ajuste fiscal, espera-se que o consumo e o investimento do governo sejam contracionistas. Também não vai gerar atividade. As duas fontes de crescimento que restam são exportações, que vão bem, e o investimento privado. Para gerar um crescimento no ano que vem, de 1%, precisa ter um crescimento de pelo menos 10% no investimento em termos reais. Os últimos números são de queda de 17%. Para virar isso, primeiro, é preciso mudar expectativas. Hoje, temos muito mais boa vontade do que mudança de expectativas. As pessoas querem que dê certo. Segundo, as empresas precisam ter capital. Os bancos estão com uma exposição muito grande ao setor privado. É muito difícil que haja uma fonte de financiamento privado via crédito dos bancos. O financiamento precisa ser externo. E há interesse muito grande do investidor estrangeiro.
E para as empresas fora do bloco da Lava Jato, o que poderia ser feito?
Primeiro, é preciso fazer o ajuste macroeconômico. Segundo, dar um empurrãozinho, como aquele que se dava no fusquinha 1.300. Você empurrava, ele pegava e ia bem. A política fiscal, coordenada com a monetária, pode funcionar (uma boa política fiscal para as contas públicas permite que a monetária reduza a taxa de juros). Não estou aqui apoiando almoço grátis. Não é para sair cortando taxa de juros. Mas é preciso uma taxa de juros menor, apoiada numa política fiscal melhor. Isso daria mais espaço para a rolagem da dívida. Rolar uma dívida a 14,25%, mais um spread, é muito diferente de rolar 5 pontos porcentuais a menos. Para algumas empresas, essa é a diferença entre sobreviver ou não. Insisto no ponto. Precisamos de uma visão geral. Se formos comparar com um jogo de futebol, estamos nos primeiros cinco minutos. Vimos coisas positivas, mas não dá para prever como serão os demais 85 minutos.
E como o sr. viu a largada, que em duas semanas incluiu a queda de dois ministros?
A largada foi complicada. Parecia um grande prêmio da Austrália, em que alguns pilotos já sobram. Mas, numa primeira etapa, vimos em que direção geral o governo Temer quer ir em termos de tamanho do Estado, de ajuste e de crescimento. Foi bem recebido. Na segunda parte, a de liderança, fez excelentes escolhas: profissionais com experiências, vivências nos setores em que vão atuar. Mas o tempo é curto. O capital inicial de boa vontade se evapora facilmente. É fundamental passar para a terceira fase, a de formulação mais ampla. Não basta dar uma medida pontual. A consolidação da credibilidade – um dos insumos para gerar expectativas positivas e crescimento – depende de previsibilidade. O empresário não investe sem isso. A fixação do teto de gastos é uma excelente medida, mas não me diz muito sem informações como onde estamos, qual o tamanho do problema, qual a velocidade em que vou avançar, para onde quero reduzir a dívida pública e, o mais importante de tudo, quem vai pagar a conta? Estão dizendo, mas de forma muito velada. Precisam deixar mais claro ainda. Não dá para tentar proteger a sociedade. Se eu sou um paciente com problemas graves, não quero que o médico passe a mão na minha cabeça. O programa vai ser muito penoso, há um custo, que vai ser alto, mas o custo de não fazer é maior ainda. Para todos. Aí, será preciso passar para a quarta etapa, a da implementação. Só depois vai ser possível destravar o processo decisório dos investidores. É só aí que eles vão saber com o que trabalhar, com qual taxa de juros, qual câmbio, o valor dos ativos, a projeção de demanda e fazer o investimento sabendo qual é o retorno esperado. Ainda não há informação suficiente para o investidor tomar decisões. Eu sei que são apenas três semanas.
Quais informações trariam mais clareza?
Falta um diagnóstico mais abrangente do tamanho do problema. No setor público, como está a dívida, qual o tamanho dos passivos contingentes. No setor privado, quantas empresas estão com problemas? São 10, 50, 300? Qual o tamanho das empresas? As dívidas são externas ou domésticas? Outra coisa que é fundamental é quantificar. Para onde eu quero ir? No crescimento, estou em -5,7%. Para onde quero ir: 3%, 4%? A dívida bruta está perto de 70%, deve ir a 80%, mas eu quero baixar para 55% em cinco anos. O governo precisa de receitas extraordinárias nessa transição, vai fazer um programa de privatização, de concessões. Mas quais são as empresas? Tudo isso indica qual é a velocidade que quero ir e quem paga o que: o que paga o contribuinte, o trabalhador, o acionista?
Tem um prazo para o governo apresentar esse diagnóstico? Um mês?
Precisa ser rápido. Não temos meses. Estamos falando de semanas e já se passaram três semanas.
O governo parece acreditar que já fez o diagnóstico. Projetou um rombo, lançou medidas. Mas o sr. está dizendo que são insuficientes.
Sim. Muito. Sei que é colocar pressão, mas é uma pressão saudável. Na coletiva de Temer (quando empossou os presidentes de estatais na semana passada), ele abordou de maneira elegante, suave, que os desafios são grandes. Ora, eu já sei disso. Precisa ser mais claro. Evitar o debate político com a maturidade que a sociedade exige para poder se preparar e tomar as suas decisões é um erro. A sociedade teve uma participação grande no processo decisório. Está amadurecida. E o governo precisa de capital estrangeiro. A boa notícia é que ele está interessado, mas precisa saber qual o programa para dimensionar os riscos e os retornos.