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Quem é refém do Supremo?

A guerra entre Gilmar e Janot explode no colo dos ministros
publicado 10/05/2017
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De Maria Cristina Fernandes, um dos derradeiros pontos de luz no PiG cheiroso:

Ao ampliar zona de suspeição ministro busca acomodação


(...) O parentesco entre juízes, promotores e advogados é um dos tabus mais intocados do Judiciário. O Ministério Público não se pronunciou quando o ministro Gilmar Mendes concedeu liminar contra a posse do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff, em março do ano passado. Uma das autoras do pedido é coordenadora do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP), que tem Gilmar Mendes como um dos sócios.

Naquele momento, Janot e Gilmar ainda estavam mais ou menos do mesmo lado. Os interesses começaram a se apartar quando a Lava-Jato, com a delação da Odebrecht, avançou para todo o sistema partidário, movimento contra o qual o ministro começou a oferecer resistência.

Se aceita por Cármen Lúcia, a arguição de Janot contra Gilmar será levada a um plenário em que muitos dos magistrados têm parentes na advocacia. Se respaldado por seus pares, o ministro sairá do caso ainda mais forte para prosseguir em sua cruzada contra a Lava-Jato. O troco dado a Janot demonstrou as armas que estão em jogo. Gilmar acusou a Lava-Jato de fazer dos presos preventivos reféns para manter apoio da opinião pública. A rejeição, por Cármen Lúcia, da suspeição de Janot, pouparia os ministros de virem a ser colocados na condição de refém de um de seus pares.
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