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Quem quebrou o Rio foi o Moro

Wadih: indústria naval empregou 40 mil. Hoje, são 2 mil...​
publicado 30/11/2017
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O Conversa Afiada reproduz artigo exclusivo do Wadih Damous:

 Principal responsável pela falência

do Rio é a Lava Jato

Não há sombra de dúvida quanto à gravidade das acusações contra o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, vários de seus assessores e secretários, Jorge Picciani e demais próceres do PMDB fluminense. Tudo leva a crer que formam uma quadrilha de larápios do erário.

No entanto, mantenho a mesma opinião emitida em praticamente todas
as prisões provisórias e preventivas realizadas no âmbito da Lava Jato, ou em operações derivadas : elas são feitas ao arrepio da Código Penal, do Código de Processo Penal e da Constituição.

A lei prevê prisões cautelares, temporárias ou preventivas, apenas em
casos excepcionais. Deviam ser, portanto, exceções e não regra como nos tempos de estado de exceção em que vivemos.

Diz o senso comum que o estado do Rio de Janeiro, outrora segundo
estado do país em termos de pujança econômica - visto por muitos como a capital cultural do país e tambor de ressonância dos fatos políticos – faliu devido à roubalheira do esquema de Cabral e companhia. Esse diagnóstico, além de pecar pelo simplismo, é falso. É evidente que a corrupção é um dos fatores que levaram o Rio ao calvário atual, mas nem de longe é o elemento central a explicar o fenômeno.

Além da gestão incompetente do PMDB, incapaz de provisionar recursos em tempos de bonança, a queda vertical na cotação internacional do valor do barril do petróleo provocou forte abalo na receita do estado. Como se sabe, na condição de grande produtor nacional de petróleo, o estado faz jus ao recebimento de royalties e participações especiais.

Há fortes indícios também de que o grau de endividamento do governo
gerado pelas obras e investimentos para os grandes eventos tenha violado as regras da boa governança, provocando um passivo nas contas públicas que vem sendo rolado mês a mês, o que gera mais endividamento junto ao mercado financeiro.

Mas nada se compara, no que se refere a ações deletérias sobre a
economia fluminense, à atuação da Lava Jato. Esbanjando ignorância acerca de questões econômicas e insensibilidade para o drama de milhões de cariocas e fluminenses que vivem de seu trabalho, Moro e os procuradores fascistas de Curitiba, sob o pretexto de combater a corrupção, destruíram o setor de engenharia, óleo e gás, destacados ramos de atividade da economia do estado.

Ao “jogar fora a água da bacia com o bebê junto”, criminalizando não só os executivos, mas também a Petrobras e diversas empreiteiras de ponta, a Lava Jato afugentou investidores e manietou as companhias. Não há nenhum exagero, portanto, em dizer que a Lava Jato quebrou a economia do Rio. Não por acaso as últimas pesquisas mostram o estado como um dos líderes nacionais em desocupação.

O governo golpista de Temer e sua bancada no Congresso completaram o serviço acabando com o fim da obrigatoriedade do conteúdo nacional no setor, gerando empregos no exterior, e desemprego em larga escala no Brasil. Hoje, o setor naval do estado do Rio, que revigorado pelos governos do presidente Lula chegou a empregar 40 mil pessoas, é o retrato do abandono, empregando não mais de 2 mil trabalhadores.

Se isso não é crime de lesa-pátria, o que mais será?

Wadih Damous – deputado federal e ex-presidente da OAB-RJ.