Reconstituição não revela arma que matou Marielle
Reconstituição não é prova. É parte da investigação
O Conversa Afiada acompanha o assassinato da Marielle e não se cansa de perguntar quem matou os matadores da Marielle?
O excelente repórter Chico Otávio do Globo já mostrou que os matadores da Marielle estão
convenientemente mortos.
A Intervenssão Tabajara do Minixtro de Çegurança Raul Jungmann continua a dizer platitudes do tipo os suspeitos são suspeitíssimos!
Ontem, quinta-feira 11/V, madrugada adentro, a Polícia do Rio fez a reconstituição do crime.
Nessa sexta-feira, por volta das 12h30, o ansioso blogueiro, sempre ansioso, acordou um policial do Rio, seu informante de credibilidade várias vezes confirmada, que participou diretamente da reconstituição.
E travou com ele o seguinte diálogo reproduzido de forma quase literal:
- A reconstituição esclareceu alguma coisa?
- Reconstituição não descobre nada. Reconstituição ajuda e nesse caso ajuda porque os assassinos desligaram as câmeras de segurança. Mas ela é um dos instrumentos da investigação.
- Qual o principal objetivo da reconstituição?
- Tentar descobrir qual foi a arma do crime. Pelo som das armas. Por isso, a reconstituição usou a pistola de 9mm com cano alongado, a submetralhadora M75 e outro tipo de metralhadora.
- Mas, como isso ajudaria a identificar a arma do crime?
- Pelo som de cada arma. Cada arma tem um som específico.
- A Policia já achou a arma do crime?
- Não! Quem dera!
- Quando for identificada a arma do crime já será possível saber qual a arma que foi usada?
- Não. Não basta dizer que foi uma pistola ou uma sub-metralhadora. Só se saberá qual foi a arma do crime quando se confrontar a arma com o projetil, pelo tipo de arranhamento. Cada arma arranha de seu jeito.
- Quer dizer que só se saberá qual é a arma do crime quando se achar a arma do crime.
- Exato.
- E o depoimento dessa testemunha, o PM das reportagens do Globo.
- Foi bom você tocar nisso. Não há testemunhas do crime!
- Então, o que ele é?
- Ele é um delator de crimes daquele tipo, naquela área do Rio. Nisso, ele é um delator, porque ele fazia parte do crime.
- Mas, e no caso da Marielle?
- No caso da Marielle ele é apenas um informante. Não é um delator, porque não fazia parte do grupo criminoso. E, como informante, o que ele disser tem que ser confirmado com provas.
- Mas, ele está mentindo?
- O grosso é verdade. Boa parte é fato, porque ele fazia parte.
- E com relação à Marielle?
- Com relação à Marielle, o que ele disse tem um encadeamento temporal. Se é fato, não se sabe. É só a palavra dele.
- Mas a delação não é convincente, não torna ele mais “crivel”, digamos assim?
- Delação não basta! Não se pode sair por ai prendendo só por causa de delação. A lei não permite.
- Mas, o Moro não acha isso...
- Sem comentários.
- Mas, para ele sair por aí delatando o esquema... ele é maluco?
- Não, maluco, ele não é. Ele é um policial. Ele sabe as regras do jogo. Ele sabe que se tornou um cadáver ambulante.
- Então, por que ele se tornaria um cadáver ambulante, já que não é maluco?
- Talvez porque a coisa está tão ruim pra ele que ele resolveu falar para obter proteção. Sobreviver por algum tempo...
- Isso é comum?
- É. É o que a gente na Polícia chama de “seguro de cu”...