Rio: Guerra contra o povo
(Reprodução/O Globo)
O Conversa Afiada publica artigo sereno do colUnista exclusivo Joaquim Xavier:
A criminalidade no Rio não aumentou nem diminuiu no Carnaval. Os dados estão à disposição de todos, basta um passeio pela rede. Num ato falho, o próprio general Braga Netto, o vice-rei nomeado por Temer, reconheceu: “muita mídia”. Pano rápido.
Houve um cálculo político explícito na decisão do presidente ladrão. Apostar no combate à desigualdade, na soberania do país, na taxação dos ricos, na liberdade eleitoral, nos interesses do Brasil são itens fora do cardápio da elite golpista.
Problema: esse é o menu preferido pela maioria do país, simbolizado pela candidatura de Lula à presidência. Incapaz, por essência e natureza, de oferecer estes pratos, a camarilha fantoche abraça de novo o mantra da “segurança pública”.
Bolsonarizou-se de vez, na esperança de colher no viveiro fascista a popularidade que lhe falta no ambiente da democracia. Como bônus, a jogada do vampiro pretende desmoralizar ainda mais Rodrigo Maia --se é que é preciso--, que se diz carioca e acalentava voos mais altos.
Pezão, este é um pobre coitado a não ser levado a sério como ele mesmo fez questão de mostrar ao ser deposto no episódio da intervenção.
Acima de tudo, nos bastidores da empreitada há o panorama real. O carnaval, quem diria, escancarou irreversivelmente o nível de repulsa diante da infâmia golpista. Paraíso do Tuiuti, a disposição do morro em descer se Lula for impedido, a desmoralização de um governo carcomido, a corrida dos mais pobres atrás de “compensações” tão caras aos Moros, Bretas e judiciário apodrecido não deixaram outra alternativa aos anti-povo. Na falta de voto, recorrem ao tiro ao alvo.
Para sempre, como pede editorial de O Globo, ao considerar insuficiente a intervenção durar “apenas” até o fim do ano.
Esse é o pano de fundo de mais um golpe dentro do golpe. Os assaltantes do Planalto pouco se lixam para a segurança da população. Tivessem algum interesse real na matéria impediriam a asfixia do Rio em vez de fechar a torneira de verbas federais e do petróleo. Na verdade, querem transformar o estado em exemplo de seu poder de fogo. Literalmente.
Todo e qualquer “especialista” –à exceção da leitoa, mervais, gasparis, marinhos, frias, mesquistas, saads, silvio santos—reconhece que a segurança pública não é assunto de militares. Menos quando se trata de eliminar o inimigo. Este é o ponto. O povo foi eleito como inimigo.
Para este, tanques, fuzis e cadeia. Os grandes traficantes, que abastecem o Leblon, Ipanema, Copacabana, Barra, famílias abastadas, manifestoches, senador tucano, perrelas, redações de jornais, rádios e TVs --- os grandes traficantes continuarão assistindo de camarote seus "usuários do peito” humilharem a maioria fingindo combater o crime.
Em tempo: não deixe de assistir à TV Afiada "Intervenção é o AI-5 dos desesperados"