Brasil

Você está aqui: Página Inicial / Brasil / São Paulo: morador da periferia morre 20 anos antes dos que vivem em bairros ricos

São Paulo: morador da periferia morre 20 anos antes dos que vivem em bairros ricos

Cenário é cada vez pior
publicado 05/11/2019
Comments
Untitled-5.jpg

O Mapa da Desigualdade 2019, publicado pela Rede Nossa São Paulo, lançou nova luz sobre um cenário altamente desolador sobre os abismos sociais na capital paulista. Um exemplo: quem vive na Cidade Tiradentes, no extremo leste da cidade de São Paulo, morre em média 23 anos mais cedo que um morador de Moema, bairro nobre da capital paulista, com um dos metros quadrados mais valorizados. O levantamento compara indicadores dos 93 distritos da capital.

Outro dado alarmante: a taxa de mortalidade infantil em Marsilac, no extremo sul, é 23 vezes maior do que em Perdizes, na zona oeste.

Como aponta reportagem da Folha de São Paulo nesta terça-feira 5/XI, São Paulo comporta, em uma só cidade, índices semelhantes aos dos países mais ricos e aos dos países mais pobres do mundo.

Esse abismo da média de idade ao morrer se repete por toda a cidade: em distritos da periferia como Marsilac, Grajaú, São Rafael, Anhanguera e Jardim Ângela, pessoas morrem cerca de 20 anos mais jovens do que em vizinhanças “ricas”, tais como Santo Amaro, Itaim Bibi, Alto de Pinheiros, Consolação e Jardim Paulista.

Os dados do Mapa da Desigualdade mostram, ainda, que a idade média ao morrer na cidade de São Paulo, como um todo, caiu entre 2017 e 2018: os paulistanos passaram a morrer quase um ano mais jovens.

Os dados revelam também que, na capital paulista, a idade ao morrer está diretamente ligada à cor da pele: Moema, onde se morre mais velho, é também o distrito mais branco da cidade - segundo o Censo 2010, a população negra nesse bairro era de apenas 5% do total de moradores. No outro extremo, na Cidade Tiradentes, negros são 56,1% dos moradores, mais da metade da população do distrito.

Gostou desse conteúdo? Saiba mais sobre a importância de fortalecer a luta pela liberdade de expressão e apoie o Conversa Afiada! Clique aqui e conheça!