Secom de Bolsonaro usa frase ligada ao nazismo para atacar a imprensa
A Secretaria Especial de Comunicação (Secom) da Presidência da República usou, nas redes sociais, um lema ligado ao nazismo para divulgar as supostas ações do governo de Jair Bolsonaro em meio à pandemia do novo coronavírus: "o trabalho liberta".
"Parte da imprensa insiste em virar as costas aos fatos, ao Brasil e aos brasileiros. Mas o governo, por determinação de seu chefe, seguirá trabalhando para salvar vidar e preservar o emprego e a dignidade dos brasileiros. O trabalho, a união e a verdade libertarão o Brasil", publicou a Secom nas redes sociais.
A frase "O trabalho liberta" ("Arbeit macht frei", em alemão) se tornou conhecida por estampar as entradas de campos de concentração instalados pelo regime nazista. Em Auschwitz, a inscrição foi feita no portão por prisioneiros com habilidades metalúrgicas.
Parte da imprensa insiste em virar as costas aos fatos, ao Brasil e aos brasileiros. Mas o @govbr, por determinação de seu chefe, seguirá trabalhando para SALVAR VIDAS e preservar o emprego e a dignidade dos brasileiros. O trabalho, a união e a verdade libertarão o Brasil. pic.twitter.com/Pwhi2jrAKc
— SecomVc (@secomvc) May 10, 2020
Neste domingo 10/V, o chefe da Secom foi às redes sociais para atacar a imprensa: "É impressionante: toda medida do governo é deformada para se encaixar em narrativas. Na campanha, faziam suásticas fakes; agora, se utilizam de analfabetismo funcional para interpretar errado um texto e associar o governo ao nazismo, sendo que eu, chefe da Secom, sou judeu!", escreveu ele no Twitter.
O jornalista alemão Gerd Wenzel comentou o caso nas redes sociais: “A SECOM da Presidência da Republica, em redes sociais, emula lema cunhado pelos nazistas que ornamentava os pórticos dos campos de concentração: o trabalho, a união e a verdade libertarão o Brasil”. Arbeit macht frei (trabalho liberta)”, tuitou.