Telegram: tá tudo no celular do Dalanhinho
De Daniel Gullino e Jailton de Carvalho, no Globo Overseas:
Conversas que Moro diz não existir mais podem estar preservadas se Dallagnol não apagou mensagens, indica Telegram
O ministro da Justiça, Sergio Moro, afirmou nesta quarta-feira, durante audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, que o aplicativo Telegram não possui mais em seus servidores as suas mensagens, porque elas foram deletadas de seu aparelho. A política de privacidade do aplicativo, contudo, informa que as mensagens só são excluídas dos servidores caso o interlocutor da pessoa - nesse caso o procurador da República Deltan Dallagnol - também delete as mensagens.
O GLOBO perguntou ao Ministério Público Federal do Paraná (MPF-PR) se o procurador mantinha as mensagens ou se também apagou, mas até o momento não obteve resposta.
Moro foi questionado pelo senador Angelo Coronel (PSD-BA) se autorizaria o Telegram a divulgar suas mensagens, mas respondeu que elas não existem mais. Angelo Coronel insistiu que os textos continuam na "nuvem", mas o ministro negou e sugeriu que o senador estava mal informado. Moro afirmou que não usa o aplicativo desde 2017, mas não deixou claro se deletou as suas conversas antes de parar de usá-lo.
- Vossa Excelência autoriza o Telegram a fornecer o conteúdo de suas mensagens? - questionou Angelo Coronel, após uma negativa inicial.
- Acho que Vossa Excelência não entendeu muito bem. Eu saí do Telegram em 2017. Essas mensagens... - respondeu Moro.
- Mas ficam nas nuvens, Excelência - insistiu o senador.
- Não, não ficam nas nuvens. O senhor pode se informar melhor. Não ficam nas nuvens — rebateu o ministro.
"Deletar uma mensagem vai deletá-la do seu histórico de mensagens. Isso significa que a cópia vai continuar no servidor como parte do histórico de mensagens do seu interlocutor. Assim que seu interlocutor deletá-la também, ela se foi para sempre", informa a política de privacidade do Telegram, disponível no site oficial do aplicativo. De acordo com o texto, isso não se aplica aos chamados "chats secretos", onde as mensagens são deletadas nos dois lados ao mesmo tempo.
Em tempo: sobre o sumiço do celular e do tablet da jovem que acusa o Neymar de crime semelhante ao da Rebublica Nostra de Curitiba, ler aqui.
***
Leia também no Conversa Afiada:
- Gilmar detona Moro
- Moro abriu o microfone para a Oposição
- Moro já admite ir embora
- Senadores da Oposição desmontam estratégia de Moro
- Ele não sabe de nada...
- Senado: Intercept derrota Moro!
- Instituição podre não se regenera
- The Intercept prova que Lava Jato é uma organização criminosa!
- Moro não quis investigar FHC!