Tite é operário da Globo Overseas
Olá, colega! (Reprodução/Cosme Rímoli)
O Conversa Afiada extrai do Jornal do Brasil deste sábado, 22/IX, trecho da coluna Futebol&Cia, de Renato Mauricio Prado:
Tite e a TV, o gato e o guizo
Uma das mais famosas fábulas de La Fontaine conta que, certa vez, os ratos se reuniram para discutir uma forma de escapar de um gato muito esperto, que se deslocava furtivamente pela casa e, quando atacava, era mais rápido e mortífero que um raio. Várias ideias foram expostas, mas nenhuma parecia razoável, até que um jovem camundongo pediu a palavra:
– Proponho que penduremos um guizo no pescoço do gato. Assim, cada vez que ele se movimentar, o guizo tocará, ouviremos seu barulho e teremos tempo de fugir.
Todos gostaram do plano e o aplaudiram com entusiasmo. Aí, o Velho Rato, até então calado, levantou-se e ponderou:
– Excelente proposta. Só uma dúvida. Quem de vocês vai pendurar o guizo no pescoço do gato?
Silêncio geral e o decano da rataria concluiu:
– É mais fácil ter ideias do que realizá-las.
Lembrei-me dessa fábula ao acompanhar, ontem, a entrevista de Tite, falando da convocação para mais dois amistosos furrecas do Brasil: contra a Arábia Saudita e a Argentina, sem Messi. A folhas tantas (cáspite!), um repórter quis saber se o técnico já estava pensando numa forma de não prejudicar nem a seleção, nem os times brasileiros na próxima temporada – como aconteceu, recentemente, na primeira convocação pós-Copa.
- Estamos atentos ao problema e posso lhe dizer que a CBF, os clubes e até a Conmebol estão discutindo a questão – foi a resposta do treinador.
Faltou dizer que o maior entrave (diria, o único) para que os nossos campeonatos parem nas datas Fifa (como acontece em todo o primeiro mundo do futebol no planeta) é a Rede Globo, que não admite que isso aconteça, porque não quer “buracos” em sua programação do futebol, toda baseada em jogos às quartas (à noite) e domingos (à tarde), não importa em que dia e hora joga a seleção – que é vendida num pacote à parte, com patrocinadores próprios. É esse o busílis. O resto é blá-blá-blá.
Ou a Globo aceita rediscutir a questão, ou os clubes (que vivem de suas milionárias cotas de transmissão) podem tirar o cavalinho da chuva. O resto é papo de encantador de serpentes. Que, aliás, andam cada vez menos encantadas com o senhor Adenor Bacchi.
Quem vai colocar o guizo no gato?
(...)
Em tempo: acesse o ABC do C Af para saber mais sobre a Globo Overseas (empresa que tem sede na Holanda para lavar dinheiro e subornar agentes da FIFA com objetivo de ter a exclusividade para transmitir os jogos da seleção).