Toffoli e Moraes transformam STF em milícia de toga
Xavier: para ser respeitado, o STF precisa dar-se ao respeito!
publicado
17/04/2019
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O Conversa Afiada reproduz artigo sereno (sempre!) de seu colUnista exclusivo Joaquim Xavier:
Vamos por partes. Poucos dias antes das eleições de 2018, uma série de reportagens da jornalista Patrícia Campos Mello desvendou o esquema de fake news irrigado por empresários para eleger o tenente Bolsonada. Está tudo lá: financiadores, o esquema de mentiras, endereços eletrônicos utilizados etc, etc. Um escândalo de proporções internacionais. A fraude eleitoral, antecipada com a proibição de Lula concorrer, com base num processo mentiroso, apareceu a céu aberto.
“Curiosamente”, o Supremo Tribunal Federal fingiu não ter nada a ver com isso. Tampouco a procuradora Raquel Dodge.
E tratava-se, simplesmente, da eleição para o cargo mais importante do país.
Para os “iluminados” do STF, nada vinha ao caso.
E hoje o Brasil tem no Planalto um (...) barato, cujas faculdades mentais despertam dúvidas em governantes do mundo inteiro. Nem os dinossauros do museu de Nova York quiseram sua companhia.
De repente, tudo muda.
Por causa de uma citação sem nenhuma acusação formal, o presidente do STF, José Toffoli, com o auxílio do ministro Alexandre Moraes, resolve adotar poderes ditatoriais. Ambos assumem ao mesmo tempo o papel de inquisidores, investigadores e julgadores. Nem deus, ou o demônio, se existissem, concentrariam tantos poderes!
Numa penada, Moraes – um plagiador pilhado em flagrante na sua carreira -- ressuscita a censura. Manda recolher reportagens e estabelece multas astronômicas se for desrespeitado. Ordena invasões de domicílio. Rasga a Constituição sem a menor cerimônia.
Os motivos soam nobres, como é próprio de (...) da verdade. “Precisamos defender o STF de ataques em nome da normalidade institucional”. Bando de (...). A manobra foi tão grosseira que, além de outros ministros do tribunal, até a procuradora Raquel Dodge protestou.
Não se pense, registre-se, que a senhora subitamente aderiu aos ditames do direito elementar. Na verdade, ela disputa sua recondução ao cargo e joga para a arquibancada do ministério público. Fosse diferente, teria atuado com a mesma determinação diante da roubalheira escancarada que levou Bolsonada ao Planalto.
A crise está instalada.
A dupla Toffoli/Moraes ignorou a madame e ainda prorrogou por noventa dias o inquérito contra o que eles chamam de fake news para desmoralizar o Supremo.
Engraçado.
Fake News contra Haddad, Lula, comprovadas e documentadas, não mereceram uma manifestação dessa turma. Já uma mera citação que consta de autos desperta a ira e reações ditatoriais togadas.
A verdade é que o Supremo Tribunal Federal está desmoralizado. Com raríssimas exceções, é composto por pessoas desqualificadas, sem currículo acadêmico ou intelectual à altura de uma corte suprema. A atuação do STF durante o impeachment de uma presidenta legitimamente eleita foi o ponto de inflexão.
De lá para cá, só se observam casuísmos a favor de interesses inconfessos, outros confessos, mas conhecidos de todos. A gestão de Cármen Lúcia foi um desastre. Toffoli consegue seguir a máxima nativa: no Brasil, o que é ruim sempre pode piorar.
Adornado com brilhantina, Tóffoli nomeou generais para sua assessoria e passou a pregar que a ditadura militar foi apenas um movimento em vez de um regime sanguinário. Depois, covardemente mandou para as calendas a votação capaz de tirar Lula da cadeia. Mais recentemente, posou numa cerimônia evangélica ao lado de Bolsonada como devoto religioso num estado laico.
Para ser respeitado, o STF precisaria primeiro dar-se ao respeito. Agindo como tem agido só alimenta novas intenções golpistas de militares encanecidos, procuradores de esquina e fanáticos da extrema direita.
Cava sua própria cova.
E põe gasolina nos tanques estacionados nos quartéis.
Joaquim Xavier
“Curiosamente”, o Supremo Tribunal Federal fingiu não ter nada a ver com isso. Tampouco a procuradora Raquel Dodge.
E tratava-se, simplesmente, da eleição para o cargo mais importante do país.
Para os “iluminados” do STF, nada vinha ao caso.
E hoje o Brasil tem no Planalto um (...) barato, cujas faculdades mentais despertam dúvidas em governantes do mundo inteiro. Nem os dinossauros do museu de Nova York quiseram sua companhia.
De repente, tudo muda.
Por causa de uma citação sem nenhuma acusação formal, o presidente do STF, José Toffoli, com o auxílio do ministro Alexandre Moraes, resolve adotar poderes ditatoriais. Ambos assumem ao mesmo tempo o papel de inquisidores, investigadores e julgadores. Nem deus, ou o demônio, se existissem, concentrariam tantos poderes!
Numa penada, Moraes – um plagiador pilhado em flagrante na sua carreira -- ressuscita a censura. Manda recolher reportagens e estabelece multas astronômicas se for desrespeitado. Ordena invasões de domicílio. Rasga a Constituição sem a menor cerimônia.
Os motivos soam nobres, como é próprio de (...) da verdade. “Precisamos defender o STF de ataques em nome da normalidade institucional”. Bando de (...). A manobra foi tão grosseira que, além de outros ministros do tribunal, até a procuradora Raquel Dodge protestou.
Não se pense, registre-se, que a senhora subitamente aderiu aos ditames do direito elementar. Na verdade, ela disputa sua recondução ao cargo e joga para a arquibancada do ministério público. Fosse diferente, teria atuado com a mesma determinação diante da roubalheira escancarada que levou Bolsonada ao Planalto.
A crise está instalada.
A dupla Toffoli/Moraes ignorou a madame e ainda prorrogou por noventa dias o inquérito contra o que eles chamam de fake news para desmoralizar o Supremo.
Engraçado.
Fake News contra Haddad, Lula, comprovadas e documentadas, não mereceram uma manifestação dessa turma. Já uma mera citação que consta de autos desperta a ira e reações ditatoriais togadas.
A verdade é que o Supremo Tribunal Federal está desmoralizado. Com raríssimas exceções, é composto por pessoas desqualificadas, sem currículo acadêmico ou intelectual à altura de uma corte suprema. A atuação do STF durante o impeachment de uma presidenta legitimamente eleita foi o ponto de inflexão.
De lá para cá, só se observam casuísmos a favor de interesses inconfessos, outros confessos, mas conhecidos de todos. A gestão de Cármen Lúcia foi um desastre. Toffoli consegue seguir a máxima nativa: no Brasil, o que é ruim sempre pode piorar.
Adornado com brilhantina, Tóffoli nomeou generais para sua assessoria e passou a pregar que a ditadura militar foi apenas um movimento em vez de um regime sanguinário. Depois, covardemente mandou para as calendas a votação capaz de tirar Lula da cadeia. Mais recentemente, posou numa cerimônia evangélica ao lado de Bolsonada como devoto religioso num estado laico.
Para ser respeitado, o STF precisaria primeiro dar-se ao respeito. Agindo como tem agido só alimenta novas intenções golpistas de militares encanecidos, procuradores de esquina e fanáticos da extrema direita.
Cava sua própria cova.
E põe gasolina nos tanques estacionados nos quartéis.
Joaquim Xavier
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