UFSC: PF ainda não comprovou qualquer crime
Auler: acusações levaram ao suicídio do reitor Cau
publicado
12/02/2018
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A delegada Erika Marena, da Operação Ouvidos Moucos, e o bilhete encontrado junto ao corpo do reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo
Do blog do Marcelo Auler:
UFSC, na defensiva, apanha calada
No próximo dia 26, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), alvo de uma operação policial em 14 de setembro que acabou provocando o suicídio do seu então reitor, Luis Carlos Cancellier de Oliva (Cau, entre os amigos), começará seu período letivo de 2018. Terá ainda quatro de seus docentes impedidos de ingressar no Campus Universitário Reitor João David Ferreira Lima – Florianópolis. Impedimento gerado por um pedido da Polícia Federal na “Operação Ouvidos Moucos” e concedido pela juíza Janaina Cassol Machado, da 1ª Vara Federal de Florianópolis, após a concordância do procurador da República André Bertuol.
Os quatro, assim como outros dois servidores, são alvos no Inquérito Policial 5018469-32.2016.4.04.7200, ajuizado naquela Vara Federal. A investigação, cinco meses após a Operação, não teve até agora indiciamentos. Tampouco apresentou em público – como ocorreu com as acusações formuladas na coletiva no dia em que a Operação foi deflagrada – algum relatório que comprove os possíveis crimes apontados: desvio de verbas, através do pagamento de bolsas indevidas, inclusive a pessoas sem vínculos com a UFSC, despesas indevidas com viagens e o aluguel de carros a preços superfaturados. Tudo girando em torno dos cursos do Ensino a Distância (EaD).
A mais pesada, porém, foi a acusação de que o então reitor, Cancellier, tentava obstruir a apuração interna na UFSC. Motivo da sua prisão vexatória, do seu banimento do campus e, consequentemente, do seu suicídio, no dia 2 de outubro, humilhado e arrasado. No bolso o bilhete (veja na ilustração) que explicava a decisão de dar fim à vida jogando-se do 7º pavimento do Beiramar Shopping, em Florianópolis.
(...) Oficialmente nada se sabe sobre o andar da “investigação” que parece longe de ser concluída. Em janeiro, a delegada Erika Mialik Marena, responsável pelo caso e que poderá deixá-lo se realmente for promovida a superintendente do Departamento de Polícia Federal (DPF) em Sergipe, pediu prorrogação de prazo para continuar as investigações. (...)
Leia a íntegra no Blog do Marcelo Auler.
Aos leitores: Dentro da proposta do Blog de realizar reportagens detalhadas sobre temas específicos, a apuração dessa matéria teve início em uma viagem a Florianópolis, entre 14 e 20 de janeiro. Isso foi possível graças à ajuda dos próprios leitores e apoiadores do Blog que contribuíram com as despesas que tivemos. Agradecemos ainda ao casal Nildes e Nilson Lages a gentil e simpática acolhida. As contribuições para a manutenção deste Blog podem ser feitas, em quaisquer valores e em qualquer periodicidade, na conta corrente exposta no quadro
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