Uma inteligência diretora deu os Golpes
Saturnino: ela é competente, não é brasileira nem russa...
publicado
11/11/2018
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O Conversa Afiada publica outro Correio do mestre Saturnino:
Lá e cá
Lá no Império houve eleições parlamentares com novidades muito significativas. A Democracia, mesmo dominada pelos bancos e pela tecnologia da manipulação, sempre abre frestas e portas a surpresas e novidades. Não só aqui, lá também houve novidades: muito importantes e em sentido inverso às surpresas daqui. Houve renovação alvissareira na Câmara de Representantes, e foram eleitos vários jovens estreantes, entre os quais deputados latinos, deputados muçulmanos e deputados socialistas (!) Quem diria? Quem poderia prever tamanho absurdo na política americana?!
Aqui o acontecimento antecedeu o de lá em duas semanas e surpreendeu o mundo inteiro, preocupado com a força da onda conservadora-direitista sulamericana.
E o discurso de campanha do candidato eleito se vai confirmando a cada dia, bem antes da posse:
A extinção do Ministério do Trabalho: O candidato nunca mostrou, em toda a campanha, nenhuma preocupação ou consideração respeitosa para com o trabalhador brasileiro que, afinal de contas, era e é o grande eleitor do PT, inimigo-bruxo do candidato e do seu principal cabo eleitoral, o futuro Ministro da Justiça.
O afastamento dos partidos políticos, a intenção declarada de governar sem os partidos, conversando diretamente com os deputados, por cima deles, partidos, que não valem nada: Pois se os partidos políticos são constitutivos da essência da Democracia e o candidato nunca demonstrou grande respeito pela Democracia, não há como estranhar este desrespeito pelos partidos, também constantemente ofendidos na campanha.
A desconstrução gradativa dos bancos públicos: Pois se o candidato era tão privatista, tão antissocialista, tão favorável ao estado-mínimo, por que preservar o BNDES, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica?
E por aí vai...
O choro é livre, o choro é um direito, o choro é válido, o choro é saudável para a Democracia e vai abrindo os olhos de muitos desavisados que, manipulados, votaram no candidato vencedor. E a autocrítica é verdadeiramente necessária e muito importante.
Mas o golpe do impeachment, e aliás todo o processo desencadeado desde as estranhas revoltas de 2013 e a eleição de 14, até esta última de outubro, contou com uma inteligência-diretora muito competente e experiente, que não é brasileira (nem é russa). E nós brasileiros progressistas, nacionalistas, socialistas, temos que nos preocupar muito com isto, com esta poderosa força oculta que esteve muito presente também em 54 e 64; e temos que criar e cuidar muito, com atenção especial, da nossa própria inteligência política.
Ademais, é hora de parar de chorar e começar a pensar, objetivamente, nas próximas eleições em 2020, quem vai ser candidato a prefeito e a vereador.
Desde logo, parar de chorar e começar a agir, fazer política.