Urubóloga defende direito do patrão
Brito: liberdade, D. Míriam, nunca é inimiga da verdade
publicado
16/11/2015
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O Conversa Afiada reproduz artigo de Fernando Brito, extraído do Tijolaço:
Obrigado, Míriam Leitão, mas dispenso a sua defesa. Prefiro o Keynes e o Sidney
Vocês sabem que nós, blogueiros “sujos”, já fomos apontados como uma “ameaça” pela grande imprensa e por seus bem-instalados colunistas.
Somos, na nossa vida difícil e massacrante, segundo eles, aquinhoados com fortunas em propaganda oficial petista, embora eu só tenha tido, até hoje, um anúncio público, e de uma prefeitura do PSOL, que tem o meu respeito mas jamais teve inha defesa. Teria de governos do PT, do DEM, do PSDB e não pergunto ao Google de quem serão os anúncios que colocam neste blog. Só bloqueio, mesmo com seus avisos de que aumentariam meus ganhos, os anúncios de jogos de azar.
Mas agora, parece que a maré virou.
Os “grandes” tomaram nossa defesa.
Diz Miriam Leitão que, com a nova lei de Direito de Resposta, “o maior risco é dos veículos menores, ou repórteres independentes que não tenham uma estrutura jurídica grande e rápida”.
Que risco, D. Miriam? Se o Dr. Armírio Fraga quiser se defender de ser apontado aqui como promotor de juros altos e salários baixos, mande uma carta, um e-mail, será publicado, e sem economia de espaço. Até mesmo a D. Miriam, se quiser recusar o título de “urubuzadora” da economia, será publicada e não em letra miúda, no “pé” do texto.
O nosso problema, até hoje, não tem sido o de dar o direito de resposta – que aliás não pertence a mim, nem ao que responde, pertence á sociedade, que tem direito ao contraditório – mas o de pagar indenizações.
Pergunte ao seu chefe, Ali Kamel, como ele nem cogitou de direito de resposta, mas não hesitou em cobrar algumas dezenas de milhares de reais de quem o andou ofendendo – e este blog não foi um deles.
Por favor, D. Miriam, “nos inclua fora desta”.
Quem vai recorrer ao Supremo e pressioná-lo indecorosamente a anular a nova lei – mesmo tendo sido tornada algo capenga com a proibição do exercício pessoal da defesa – são vocês, grandes veículos de comunicação e seus porta-vozes políticos e econômicos.
Não nós, pequenos veículos e jornalistas independentes, Nesse ponto, a senhora tem razão: não temos dinheiro para uma estrutura jurídica, nem pequena e lenta, que dirá grande e rápida.
Liberdade, D. Míriam, nunca é inimiga da verdade. Se a senhora diz e eu tenho o direito de desdizer, jamais poderia negar o seu direito de fazer o mesmo. Nem à senhora, nem a qualquer um.
A senhora diz que os prazos são exíguos pois, se “o juiz, dentro de 24 horas mandará citar o responsável pelo veículo de comunicação para que em igual prazo apresente as razões pelas quais não o divulgou, publicou ou transmitiu e no prazo de três dias ofereça contestação”.
“Ou seja, o juiz tem que parar o que estiver fazendo para, em 24 horas, mandar citar o órgão de imprensa, que tem apenas 24 horas para se defender e três dias para contestar. Em menos de uma semana, esse rito que a lei chama de “especial” tem que ser cumprido.”
A senhora esqueceu de mencionar que a lei dá uma semana inteira para que o jornal, rádio, site ou televisão publique a resposta solicitada. E que a “trabalheira” do juiz – que vai parar tudo o que estiver fazendo – se limita a escrever: “Cite-se”. Se quiser ser prolixo: “Cite-se, na forma da lei, com os prazos fixados pela Lei 13.188”.
E o juiz tem um mês para julgar, é pouco. Acho que não, não é, para nós, que estamos acostumados a emitir nossos conceitos em poucas horas, e sobre temas mais complexos do que ver se houve ou não ofensa, Afinal, o jornal não espera, não é?
O será que D. Miriam acha “adequado” o prazo de três anos que intermediou a ofensa da Rede Globo a Leonel Brizola e o seu histórico direito de resposta?
Sei que não é economista de sua predileção, mas a senhora deve conhecer a frase do Lord Keynes: a longo prazo, todos estaremos mortos.
Então, por favor, não tome o nome da pequena – economicamente falando – imprensa para atacar a lei que coíbe o seu poder absolutista.
E tenha a humildade de ler o seu ex-colega de CBN, Sidney Rezende (meu agora já velho contemporâneo, uma das maiores “máquinas de trabalhar que conheço), no texto em que lhe sobra a humildade que falta aos que se acham deuses, do qual transcrevo o que parece escrito sob medida:
“Reconheço a importância dos comentaristas. Tudo bem que escrevam e digam o que pensam. Mas nem por isso devem cultivar a “má vontade” e o “ódio” como princípio do seu trabalho. Tem um grupo grande que, para ser aceito, simplesmente se inscreve na “igrejinha”, ganha carteirinha da banda de música e passa a rezar na mesma cartilha. Todos iguaizinhos.
Certa vez, um homem público disse sobre a imprensa: “será que não tem uma noticiazinha de nada que seja boa? Será que ninguém neste país fez nada de bom hoje?”. Se depender da imprensa brasileira, está muito difícil achar algo positivo. A má vontade reina na pátria.”
Espero que, mesmo sem ser citada, possa pedir direito de resposta ao Sidney. Ele dá, e na hora. Nem precisa ir ao juiz, ele é um homem de bem.
Talvez por isso tenha sido demitido da Globonews, depois de tantos anos, apenas um dia depois de escrever isso.
Viva a liberdade de imprensa, não é, D.Miriam?
Somos, na nossa vida difícil e massacrante, segundo eles, aquinhoados com fortunas em propaganda oficial petista, embora eu só tenha tido, até hoje, um anúncio público, e de uma prefeitura do PSOL, que tem o meu respeito mas jamais teve inha defesa. Teria de governos do PT, do DEM, do PSDB e não pergunto ao Google de quem serão os anúncios que colocam neste blog. Só bloqueio, mesmo com seus avisos de que aumentariam meus ganhos, os anúncios de jogos de azar.
Mas agora, parece que a maré virou.
Os “grandes” tomaram nossa defesa.
Diz Miriam Leitão que, com a nova lei de Direito de Resposta, “o maior risco é dos veículos menores, ou repórteres independentes que não tenham uma estrutura jurídica grande e rápida”.
Que risco, D. Miriam? Se o Dr. Armírio Fraga quiser se defender de ser apontado aqui como promotor de juros altos e salários baixos, mande uma carta, um e-mail, será publicado, e sem economia de espaço. Até mesmo a D. Miriam, se quiser recusar o título de “urubuzadora” da economia, será publicada e não em letra miúda, no “pé” do texto.
O nosso problema, até hoje, não tem sido o de dar o direito de resposta – que aliás não pertence a mim, nem ao que responde, pertence á sociedade, que tem direito ao contraditório – mas o de pagar indenizações.
Pergunte ao seu chefe, Ali Kamel, como ele nem cogitou de direito de resposta, mas não hesitou em cobrar algumas dezenas de milhares de reais de quem o andou ofendendo – e este blog não foi um deles.
Por favor, D. Miriam, “nos inclua fora desta”.
Quem vai recorrer ao Supremo e pressioná-lo indecorosamente a anular a nova lei – mesmo tendo sido tornada algo capenga com a proibição do exercício pessoal da defesa – são vocês, grandes veículos de comunicação e seus porta-vozes políticos e econômicos.
Não nós, pequenos veículos e jornalistas independentes, Nesse ponto, a senhora tem razão: não temos dinheiro para uma estrutura jurídica, nem pequena e lenta, que dirá grande e rápida.
Liberdade, D. Míriam, nunca é inimiga da verdade. Se a senhora diz e eu tenho o direito de desdizer, jamais poderia negar o seu direito de fazer o mesmo. Nem à senhora, nem a qualquer um.
A senhora diz que os prazos são exíguos pois, se “o juiz, dentro de 24 horas mandará citar o responsável pelo veículo de comunicação para que em igual prazo apresente as razões pelas quais não o divulgou, publicou ou transmitiu e no prazo de três dias ofereça contestação”.
“Ou seja, o juiz tem que parar o que estiver fazendo para, em 24 horas, mandar citar o órgão de imprensa, que tem apenas 24 horas para se defender e três dias para contestar. Em menos de uma semana, esse rito que a lei chama de “especial” tem que ser cumprido.”
A senhora esqueceu de mencionar que a lei dá uma semana inteira para que o jornal, rádio, site ou televisão publique a resposta solicitada. E que a “trabalheira” do juiz – que vai parar tudo o que estiver fazendo – se limita a escrever: “Cite-se”. Se quiser ser prolixo: “Cite-se, na forma da lei, com os prazos fixados pela Lei 13.188”.
E o juiz tem um mês para julgar, é pouco. Acho que não, não é, para nós, que estamos acostumados a emitir nossos conceitos em poucas horas, e sobre temas mais complexos do que ver se houve ou não ofensa, Afinal, o jornal não espera, não é?
O será que D. Miriam acha “adequado” o prazo de três anos que intermediou a ofensa da Rede Globo a Leonel Brizola e o seu histórico direito de resposta?
Sei que não é economista de sua predileção, mas a senhora deve conhecer a frase do Lord Keynes: a longo prazo, todos estaremos mortos.
Então, por favor, não tome o nome da pequena – economicamente falando – imprensa para atacar a lei que coíbe o seu poder absolutista.
E tenha a humildade de ler o seu ex-colega de CBN, Sidney Rezende (meu agora já velho contemporâneo, uma das maiores “máquinas de trabalhar que conheço), no texto em que lhe sobra a humildade que falta aos que se acham deuses, do qual transcrevo o que parece escrito sob medida:
“Reconheço a importância dos comentaristas. Tudo bem que escrevam e digam o que pensam. Mas nem por isso devem cultivar a “má vontade” e o “ódio” como princípio do seu trabalho. Tem um grupo grande que, para ser aceito, simplesmente se inscreve na “igrejinha”, ganha carteirinha da banda de música e passa a rezar na mesma cartilha. Todos iguaizinhos.
Certa vez, um homem público disse sobre a imprensa: “será que não tem uma noticiazinha de nada que seja boa? Será que ninguém neste país fez nada de bom hoje?”. Se depender da imprensa brasileira, está muito difícil achar algo positivo. A má vontade reina na pátria.”
Espero que, mesmo sem ser citada, possa pedir direito de resposta ao Sidney. Ele dá, e na hora. Nem precisa ir ao juiz, ele é um homem de bem.
Talvez por isso tenha sido demitido da Globonews, depois de tantos anos, apenas um dia depois de escrever isso.
Viva a liberdade de imprensa, não é, D.Miriam?