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Versão oficial sobre a morte de miliciano ganha mais pontos de interrogação

Folha registrou apenas uma bala dentro da casa
publicado 11/02/2020
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Armas e celulares que a polícia baiana diz ter encontrado com o miliciano (Divulgação)

A versão oficial de que a polícia realizou uma operação para prender o miliciano Adriano da Nóbrega - e não matá-lo - parece cada vez mais cercada por dúvidas.

Nesta terça-feira 11/II, reportagem da Folha de S.Paulo aponta que foi registrada apenas uma bala dentro da casa, seguindo a trajetória de dentro para fora do local.

Diz o texto: "Segundo a versão oficial, Adriano tinha em sua mão uma pistola austríaca 9 mm e foi baleado após reagir a tiros contra a polícia. O miliciano estava sozinho em um terreno cercado. Nesta segunda (11), moradores disseram à Folha que a ação foi rápida, com barulho de tiros por pouco tempo. A reportagem identificou apenas uma marca de bala dentro da casa, em uma janela de madeira seguindo a trajetória de dentro para fora".

Vizinhos confirmam que não notaram qualquer movimentação estranha no local na noite de sábado - o miliciano foi morto na madrugada de domingo 10/II. Afirmam, ainda, que a casa era pouco visitada por seu dono, o vereador Gilsinho da Dedé (PSL).

À Folha, o sociólogo e estudioso das milícias José Cláudio Souza Alves questionou a ação policial.

"Estamos falando de um quadro simplificado: um cerco a uma casa no campo. Investiram recursos públicos para desembocar naquilo que é o oposto do desejável. Não dá para falar em operação policial de inteligência, mas sim de estupidez e de ignorância", disparou.

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