Vídeo que pode derrubar Bolsonaro está pronto para divulgação
O procurador-geral da República, Augusto Aras, deve se manifestar nesta quinta-feira (14/V) sobre a divulgação do vídeo da reunião ministerial citada por Sergio Moro em depoimento à Polícia Federal.
A gravação está com o ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), que deu 48 horas para que as partes envolvidas no inquérito se manifestem sobre a publicidade do vídeo. O prazo vence nesta sexta-feira (15/V).
O ex-ministro Sérgio Moro, na última quarta-feira (13/V), manifestou-se favorável à divulgação integral do vídeo da reunião ministerial de 22 de abril.
Para a defesa de Moro, “a divulgação integral do seu conteúdo caracterizará verdadeira lição cívica, permitindo o escrutínio de seu teor não só neste Inquérito policial mas, igualmente, por toda a sociedade civil” dos atos do governo na ocasião.
A AGU (Advocacia-Geral da União) deve pedir para que apenas trechos do vídeo sejam divulgados.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse que por ele divulga o vídeo. "Tudo que trata do inquérito, da minha parte, está liberado, não tem sigilo de nada. Mas não quando trata de assuntos comerciais, internacionais ou questões pessoais", disse.
Depoimentos complicam Bolsonaro
Além das acusações de Moro, outros depoimentos complicaram a situação do presidente.
Na quarta-feira (13/V), o ex-superintendente da Polícia Federal do Rio Carlos Henrique Oliveira confirmou aos investigadores que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), era investigado em um inquérito em curso na Superintendência da PF do Rio de Janeiro.
A confirmação da existência desse inquérito contra o filho do presidente é um fato considerado relevante para os investigadores, porque pode ser a prova de um interesse concreto de Bolsonaro na PF do Rio de Janeiro, e contradiz o discurso que vinha sendo adotado pelo presidente.
Já o delegado Alexandre Saraiva revelou em depoimento que foi procurado por Alexandre Ramagem, chefe da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), para assumir a Superintendência da Polícia Federal no Rio. O convite teria ocorrido no início do segundo semestre de 2019.
Também em depoimento a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) confirmou que o presidente estava “irredutível” na troca do comando da PF.