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"Você acredita em Comissão da Verdade?", pergunta Jair Messias

Bolsonaro contraria documento da FAB sobre desaparecimento de Fernando Santa Cruz

publicado 30/07/2019

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Créditos: Carlos Latuff

Depois de ofender a memória do ativista Fernando Santa Cruz, pai do presidente nacional da OAB Felipe Santa Cruz ("se o presidente da OAB quiser saber como o pai dele desapareceu, eu conto", disse Jair Messias), o presidente Bolsonaro insinuou que o militante teria sido assassinado por membros de um grupo anti-ditadura.

"Não foram os militares que mataram ele não, tá? É muito fácil culpar os militares por tudo que acontece”, disse Bolsonaro.

(A informação foi transmitida enquanto Jair Messias cortava o cabelo ao vivo pelo Facebook...)

Fernando Santa Cruz desapareceu em fevereiro de 1974, aos 25 anos, após ser preso por agentes do DOI-CODI. Ele não participava de movimentos de luta armada. Seu corpo nunca foi encontrado.

A afirmação de Bolsonaro contraria relatórios da Comissão Nacional da Verdade e da própria Força Aérea Brasileira, que atestam que Fernando estava sob custódia do Estado quando foi assassinado.

Trecho de relatório do Comando Costeiro da FAB cita a prisão de Fernando Santa Cruz (Reprodução)

Na manhã de hoje (terça-feira, 30/VII), Bolsonaro foi questionado por jornalistas sobre a discrepância entre seu relato e a versão oficial.

"Peraí... Você acredita em Comissão da Verdade? Qual foi a composição da Comissão da Verdade? Foram sete pessoas indicadas por quem? Pela Dilma", disse o presidente a uma repórter.

Um outro jornalista tenta interferir: "Mas o documento do DOI-CODI disse que ele estava no..."

Jair Messias interrompe: "eu não vou discutir esse assunto, tá?"

Reprodução: G1

Segundo o G1, Bolsonaro em seguida chamou de "balela" os documentos com informações sobre mortes e desaparecimentos na ditadura.

Em tempo: familiares de Fernando Santa Cruz irão à Procuradoria-Geral da República cobrar explicações de Jair Messias.

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