Wagner alerta: energia eólica corre risco na Bahia
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Via Bahia Econômica:
O secretário de Desenvolvimento Econômico do estado da Bahia, Jaques Wagner, alertou hoje para o risco de fechamento de empresas ligadas à cadeia da energia eólica no estado, e a perda de postos de trabalho, caso o Governo Federal não retome de imediato os leilões para a instalação de novos parques, além dos investimentos em linhas de transmissão. "O governo do estado está com as contas equilibradas, a Bahia pronta para crescer ainda mais, mas há esse gargalo. Se a questão não for resolvida, as empresas começarão a encontrar sérias dificuldades para continuar produzindo", disse.
De acordo com o superintendente de Promoção do Investimento da SDE, Paulo Guimarães, que hoje se reuniu com o grupo de trabalho Bahia/Sergipe da ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), em Salvador, a situação é crítica. "A Bahia tem um dos maiores potenciais eólicos do país. Os leilões de energia precisam voltar a acontecer o quanto antes sob risco de empresas de energia fecharem no estado. O problema das linhas de transmissão deixa de ser somente do setor elétrico e passa a ser também do setor industrial", afirmou.
Guimarães explica que com a falta dos leilões, as empresas que produzem equipamentos para a construção de parques eólicos instaladas na Bahia, e que hoje empregam cerca de 3 mil pessoas, deixarão de receber encomendas de novos equipamentos, o que pode inviabilizar seu funcionamento.
"Do ponto de vista social, você tem a questão de que novos projetos não serão implantados no semi-árido, a região mais pobre do estado", diz Guimarães. A Bahia tem uma grande quantidade de gigawatts (GW) de energia para serem implantados. Cada milésima parte de um GW emprega, no setor eólico, cerca de 15 pessoas, principalmente na sua construção dos parques.
Um dos maiores nós está na linha da empresa Abengoa, responsável pela construção de parte da linha que desce de Belo Monte e conecta a estação de Gilbués II, na fronteira entre Bahia e Piauí, com a subestação de Sapeaçu, no leste baiano. Essa linha atravessa o estado está atrasada dois anos porque a Abengoa pediu recuperação judicial, sem que governo federal conseguisse resolver a questão. Isso impede que as empresas se habilitem para participar de eventuais leilões.
Guimarães destacou, porém, entrada em operação das subestações de Igaporã 2 e 3 em julho de 2017 e março de 2018 respectivamente. A segunda é a garantia da manutenção na linha que liga o Extremo Sul da Bahia. "Sem esses trabalhos, faltaria energia na região", explica.