Weintraub, o Seu Creysson do bolsonarismo, é caso de polícia
(Lula Marques)
Por Bernardo Mello Franco, no Globo - Era previsível. Após a eleição de Jair Bolsonaro, parte da máquina federal estava condenada a se transformar num picadeiro. Mas nem os circos de interior aceitariam Abraham Weintraub em seu elenco.
O ministro da Educação nunca escondeu a que veio. É um provocador profissional, disposto a prejudicar milhões de estudantes para fazer guerrilha ideológica. Desde que tomou posse, ele usa o cargo para ofender e fabricar polêmicas. No pouco tempo que sobra, dedica-se a torturar a língua portuguesa.
O Seu Creysson do bolsonarismo já havia feito lambança no Enem do ano passado. Agora teimava em não adiar a prova deste ano, apesar da pandemia que fechou as escolas em março. Só recuou depois que o Senado aprovou a suspensão do exame por 75 votos a 1 — o único a se opor foi Flávio Bolsonaro, o amigo do Queiroz.
(...) O ministro virou caso de polícia. Investigado por racismo, teve que depor ontem à PF. Valentão na internet, preferiu ficar em silêncio diante do delegado. Na saída, foi carregado nos ombros por uma pequena claque que o esperava com uma bandeira monarquista e um cartaz contra o comunismo. Um dos participantes da cena era o blogueiro Marcelo Stachin, investigado no inquérito das fake news. Weintraub ainda terá que voltar à Federal para explicar suas ofensas a ministros do Supremo.
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