Holanda derrotou Eros Grau. Nem tudo está perdido
O Conversa Afiada não leva a Academia Brasileira de Letras muito a sério.
(Data vênia minha querida Ana Maria Machado.)
Mas, se encheu de alegria com a eleição de Geraldo Holanda Cavalcanti.
Primeiro, gostaria de falar do mestre diplomata.
Nos anos militares (o Conversa Afiada evita usar a expressão “ditadura”, porque, no Brasil, ela foi dilapidada pela historiografia oficial), Holanda era cônsul geral em Hong-Kong.
A China vivia seus anos trevosos e Holanda desempenhou papel crucial na abertura do mercado chinês para produtos brasileiros.
Horácio Coimbra, dono da Cacique, vendeu café solúvel na China, pelas mãos de Holanda.
Coimbra e Holanda abriram a China para o Brasil.
Depois, o tradutor.
Em inúteis divagações com Mino Carta, comecei a me iniciar na obra de Eugenio Montale e Salvatore Quasimodo.
Mas, as versões que lia em inglês eram um obstáculo.
Até que Geraldo Holanda Cavalcanti produziu duas obras primas – a tradução de duas antologias desses gênios e Prêmios Nobel italianos.
Pena que Martinho da Vila não tenha conseguido um voto.
Será eleito, proximamente.
Outra magnífica notícia.
Eros Grau foi fragorosamente derrotado.
Ele merece que a História o retenha como o relator da decisão que anistiou os militares torturadores.
Machado de Assis não o acolheria com elegância.
Paulo Henrique Amorim