Lyra organiza seminário sobre Nabuco. Kátia Abreu deveria ir
O "Seminário Joaquim Nabuco e a Nossa Formação" acontece no Recife em 19 e 20 de agosto.
Acompanha o evento o lançamento do livro "Joaquim Nabuco, a Voz da Abolição", livro em quadrinhos de o cartunista Laílson de Holanda Cavalcanti .
Ele conta a história do maior Reformador Social do Brasil, produzido pela Editora Massangana da Fundação Joaquim Nabuco, instituição presidida pelo ex-Ministro da Justiça Fernando Lyra. Cinco mil exemplares serão distribuídos para todas as escolas e bibliotecas públicas da Região Nordeste. O lançamento será em 19 de agosto, às 19h, durante o Seminário.
O seminário Joaquim Nabuco e a Nossa Formação vem chamar a atenção para as ideias e princípios desse homem público, cuja obra, de grande relevância, está imbuída de registros fundamentais para a compreensão da sociedade brasileira na contemporaneidade. Cerca de 650 inscrições já foram efetuadas antecipadamente - se for necessário, a Fundaj vai estruturar um segundo auditório no mesmo Campus Gilberto Freyre (em Casa Forte) , de onde o seminário será transmitido em telão, simultaneamente.
A obra de Nabuco é uma importante fonte para estudos e interpretações sobre as raizes da organização do Estado nacional e, particularmente, para a percepção e o entendimento das contradições do pensamento social da política brasileira: conservador, elitista e autoritário, mas também reformista, modernizador, radical e democrático.
Joaquim Nabuco viveu em um período de significativas mudanças para o Brasil, presenciando e participando ativamente do processo da abolição da escravatura, da transição do Regime Monárquico para o Republicano, do estabelecimento das bases do capitalismo industrial no país e dos debates sobre temas fundamentais que ainda estão em busca de soluções na atualidade: a democracia, a igualdade de direitos sociais e civis e de oportunidades para os cidadãos, o acesso à terra, à educação, à saúde e à cultura.
A pesquisadora da Fundaj, Sylvia Couceiro, informou que todos os conferencistas foram minuciosamente escolhidos por alinharem-se ao pensamento de Nabuco e, dessa forma, trazerem à luz do debate questões humanitárias que permitam a atualização do discurso abolicionista em face aos novos tempos, a exemplo do representante do Itamaraty, Alberto da Costa e Silva, um dos maiores especialistas em História da África.
“Chamamos a atenção para a presença dos Senadores da República, Cristovam Buarque e Marco Maciel, - este último, o autor do Projeto de Lei que instituiu 2010 como o Ano Joaquim Nabuco”, explicou a organizadora.
O seminário terá também a presença do neto do patrono da Fundaj, Thomaz Nabuco.
A produtora de audiovisual da Fundaj, Massangana Multimídia, gravará depoimentos com os participantes das mesas do seminário, para a confecção de um vídeo institucional.
Conferencistas:
ALBERTO DA COSTA E SILVA - ITAMARATY
ÂNGELA ALONSO - PROFESSORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP)
CHRISTIAN EDWARD CYRIL LYNCH - PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF )
HEBE MATTOS GOMES DE CASTRO - PROFESSORA DA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE (UFF )
IZABEL ANDRADE MARSON - UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (IFCH)
JOSÉ THOMAZ NABUCO FILHO - REPRESENTANTE DA FAMÍLIA NABUCO
LESLIE BETHELL - PROFESSOR DA UNIVERSITY OF LONDON
LILIA MORITZ SCHWARCZ - PROFESSORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP)
MARCO AURÉLIO NOGUEIRA - PROFESSOR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA (UNESP )
MARIA HELENA PEREIRA TOLEDO MACHADO - PROFESSORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP)
RAFAEL SANZIO DOS ANJOS - UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UnB)
ROBERT WAYNE ANDREW SLENES - PROFESSOR DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP)
Programação
Dia 19/8/2010 (quinta-feira)
Manhã
8h30 - Mesa Solene de Abertura
· Fernando Lyra - Presidente da Fundação Joaquim Nabuco
· Thomas Shannon Jr. - Embaixada dos Estados Unidos no Brasil
· Governador do Estado de Pernambuco
9h30 - Conferência de Abertura - Ângela Alonso – USP
Título da conferência: O príncipe e seus reinados
A acadêmica discorrerá sobre as diferentes vidas de Joaquim Nabuco - o dandi, o politico, o intelectual, o diplomata - apontando o legado de suas ideias em conexão com os dias atuais.
10h30 - Mesa Redonda 1 - Tema: A contemporaneidade das idéias políticas de Joaquim Nabuco (Coordenação: Morvan Moreira - FUNDAJ).
A mesa trata da visão política de Nabuco, discute a importância das suas ideias para a construção e a compreensão da nação brasileira. Ainda que monarquista convicto, e em tudo ligado por afinidades familiares, intelectuais e político-ideológicas ao regime recém-deposto, discute-se que papel e inovação política teve Joaquim Nabuco.
· José Thomaz Nabuco Filho - Representante da família Nabuco
“Minha Formação”: uma autobiografia
· Marco Maciel - Senado Federal
A presença de Joaquim Nabuco na política brasileira: do Império à República
Leslie Bethell - University of London
O Brasil entre a Europa, os Estados Unidos e a América Espanhola no pensamento de Nabuco
·
Tarde
14h30 - Mesa Redonda 2 - Tema: A influência de Nabuco no pensamento social brasileiro (Coordenação: Humberto França - FUNDAJ)
A mesa debate o valor histórico e social da obra de Joaquim Nabuco e de suas ideias na construção do pensamento social no Brasil. Entre a Monarquia e a República, a história brasileira foi marcada por discussões a respeito da inclusão dos negros, dos índios e dos mestiços na vida social, política e econômica do país. Essa conjuntura levanta uma discussão sobre raça, cultura e nação no pensamento de Nabuco.
Marco Aurélio Nogueira - UNESP
A influência de Nabuco no pensamento social brasileiro
Lilia Moritz Schwarcz - USP
Escravidão, Nabuco e o fim do Império;
Christian Lynch - UFF
O Império é que era a República: a Monarquia Republicana de Joaquim Nabuco
19h– Coquetel de congraçamento e lançamento da reedição do livro O Encontro de Joaquim Nabuco com a política: as desventuras do liberalismo, de autoria do professor Marco Aurélio Nogueira - UNESP.
20/8/2010 - sexta-feira
Manhã
9h - Mesa Redonda 3 - Tema: Joaquim Nabuco e o trabalho escravo: a transição “inacabada” (Coordenador: Anco Márcio Tenório Vieira – UFPE)
A mesa trata da transição da mão de obra escrava para o trabalho livre e discute a herança da escravidão como um dos principais problemas que ainda hoje enfrenta a sociedade brasileira.
Robert Slenes - Unicamp
Demografia da escravidão nos últimos anos do Império;
Izabel Andrade Marson – Unicamp
Joaquim Nabuco e o debate sobre a escravidão no Brasil na década de 1880
Cristovam Buarque - Senado Federal
A incompletude da Abolição e a questão da educação
Tarde 14h30 - Mesa Redonda 4 - Tema: Marcas da escravidão no Brasil contemporâneo e os prenúncios de Joaquim Nabuco (Coordenador: Edvaldo Mendes Araújo (Zulu Araújo) - Fundação Cultural Palmares - MINC).
A mesa objetiva discutir as marcas da escravidão na sociedade brasileira. Conforme disse Joaquim Nabuco: “O nosso caráter, o nosso temperamento, a nossa organização toda, física, intelectual e moral, acha-se terrivelmente afetada pelas influências com que a escravidão passou trezentos anos a permear a sociedade brasileira.”
Maria Helena Toledo Machado – USP
Trabalho, luta e resistência: revoltas escravas e a construção da cidadania na sociedade brasileira
Rafael Sanzio dos Anjos – UNB
O Brasil africano: diáspora, território e população
Hebe Mattos – UFF
Memórias da escravidão e suas influências na sociedade brasileira
17h30 - Conferência de encerramento - Alberto da Costa e Silva - Itamaraty
Título da conferência: Nabuco e a África.
Coordenação: Leda Alves - Representante da Comissão Estadual do Ano Joaquim Nabuco
Contatos:
Projeto e Coordenação Geral:
Helenilda Cavalcanti (81) 9965-5865
Sylvia Couceiro – (81) 9967-4024
e-mail: seminá[email protected]
Site: www.fundaj.gov.br/seminarionabuco
Secretaria do evento:
Carla Campina - (81) 3073-6579
Em tempo: o Conversa Afiada toma a liberdade – sem consultar Fernando Lyra - de sugerir à Senadora Kátia Abreu que assista ao Seminário. Especialmente quando se tratar de exposição que verse sobre a tese de Nabuco de que não bastava acabar com a escravidão, mas também com sua obra. E, por isso, era indispensável fazer uma reforma agrária. E ainda é.
Paulo Henrique Amorim