Fígaro e Neschling dão uma 2ª surra no Serra
Fui assistir ao Barbeiro de Sevilha, primeira produção da Cia. Brasileira de Ópera, de John Neschling e José Roberto Walker.
Brilhante !
Uma orquestra irretocável.
Vozes corretíssimas.
E a solução genial da animação de Joshua Held, que dispensa o cenário, barateia a produção, e enriquece a trama: os personagens interagem com o telão e a plateia se diverte.
Uma montagem de primeira, digna do genial Rossini, o mestre da ópera bufa.
Tudo isso o Neschling fez em dois anos, com o apoio de Juca Ferreira, o Ministro da Cultura, que merece ficar.
Assisti ao espetáculo dois dias depois da fragorosa derrota do Serra: 56% a 44%.
E o Fígaro foi como uma segunda derrota do Serra.
Como se sabe, Serra demitiu Neschling (ou mandou Fernando Henrique demitir) por causa de um mictório.
Clique aqui para ler sobre o mictório que levou o Serra a trocar o Neschling por um regente francês que ninguém (na França) conhece.
Sobre a OSESP do francês o Figaro do Neschling, vale a pena ir ao site Semibreves, do Neschling.
O Teatro Alpha lotado.
A plateia a rir, encantada.
A orquestra afiada, efervescente como as aberturas de Rossini.
As vozes.
Fígaro (Federico Sanguinetti), Rosina (Luisa Francesconi) e Pepes do Valle (Bartolo) se destacam.
A animação.
Os figurinos.
Uma festa.
Parecia a celebração da derrota do Serra.
E o Fígaro a debochar deste Bartolo neo-carola, de província.
Paulo Henrique Amorim