Sai o último “homem do mercado” do BC. Que bom !
Saiu no Estadão da província de S. P., pág. B10:
“Texto da ata provocou saída de Mesquita. Ex-diretor não teria gostado das explicações do Copom para manutenção (sic) do juro em março”.
Mario Mesquita era diretor de Política Econômica do BC e, antes, trabalhou nos bancos ABN e no ING (para onde deve voltar, triunfante, em breve).
Muito simples.
Mesquita queria aumentar os juros.
O que, aliás, é o que os bancos mais queriam que acontecesse.
O BC não aumentou os juros.
Ele caiu fora.
Que bom !
Mesquita é o último representante “do mercado” na diretoria do BC.
Um funcionário de carreira do BC o substituiu.
Que bom !
O pessoal “do mercado” no BC adora um juro alto.
O mercado também.
Paulo Henrique Amorim
Em tempo: agora, as usual, Mesquita poderá fazer companhia a Ilan Goldfajn e Alexandre Schwartsman, que se despiram da leve túnica de recato para reforçar as páginas do PiG (*) e falar mal do Governo Lula (a que serviram, sob remuneração). Ou fazer como o Armínio Fraga, presidente do BC de FHC, que foi para o exterior, como presidente da Bolsa (brasileira), para falar mal do Brasil. Chega de pessoal “do mercado”. Paul Volcker, por exemplo, não fala do BC americano – só do período em que o presidiu. Uma questão de recato.
Em tempo 2: Pior fez o diretor do BC Mario Torós, que inspirou reportagem do Valor e revelou segredos de Estado. O que provocou sua imediata demissão.
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.