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Dilma frita Tony Malocci. E mercado frita Tombini

O negócio agora são as medidas macroprudenciais. Não entendeu, amigo navegante ? O "mercado" também não. Que bom !
publicado 18/03/2011
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Na importante entrevista que concedeu a Claudia Safatle, no Valor - clique aqui para ler "Presidenta: não se mexe em direito do trabalhador" - a JK de saias deixou muito claro: quem manda na política econômica é o Guido Mantega e ninguém tasca o Alexandre Tombini, presidente do Banco Central.

Como se sabe, o quindim-de-Iaiá do PiG (*) é o Tony Malocci, notável colonista (**) do Globo e aquele que, segundo a Dilma, salvou a Globo da concordata.

Quando Ministra das Minas, a presidenta detestava a política do Tony.

A substituição dele pelo Mantega revelou uma óbvia inclinação do Nunca Dantes pelo "desenvolvimentismo", em lugar do neo-líbero-petismo do Tony.

A Carta Capital que está nas bancas a partir de hoje mostra na pág. 28, em reportagem de André Siqueira, por que o "mercado" e seus grilos falantes no PiG (*) tentam fritar o Tombini.

Tombini tirou o "mercado" do dolce far niente em que vivia, quando o presidente do BC era também o presidente do BankBoston, Henrique Meirelles.

Em dúvida, aumente os juros.

A música do Meirelles adoçava os ouvidos do mercado: tome juro !

O mundo ia à breca em 2008 - na crise terminal anunciada pela urobóloga Miriam Leitão -, e o presidente do BankBoston aumentava os juros.

Era o jenio da Avenida Paulista.

Uma das gazuas para aumentar os juros era a pesquisa Focus.

Uma pesquisa semanal postada no site do Banco Central, em que os representantes de cem instituições financeiras (bancos) dizem o que acham que vai acontecer com a economia este ano e no ano que vem.

Quando a coisa apertava, os cem jenios diziam que ia explodir a inflação.

Um perigo !

E a música soava como um alarme no ouvido do Meirelles.

O Meirelles ia lá e aumentava os juros.

Segura a tua inflação que eu te dou os meus juros.

Um minueto ao som de violino.

Agora, o Tombini decidiu usar outras maneiras de controlar inflação além dos juros.

São as medidas "macroprudenciais" - que não se percam pelo nome : aumento do compulsório e da exigência de capital para empréstimo ao consumo de prazo maior.

É o óbvio.

Assim se faz desde que inventaram o dinheiro e os bancos, em Florença.

Mas, aqui, onde manda o "mercado", que vivia de juros na veia, é uma revolução copérnica.

O Tombini vai acabar também com o "Grupo dos Cem", os felizardos que determinam a taxa de inflação - e, logo, dos juros - através da pesquisa Focus.

Os "Cem" poderão ser uns trezentos a dar palpite.

Ou seja, dilui a força da tijolada, da pressão.

O "mercado" está aflito e "embutiu", segundo o André Siqueira, um "prêmio" pela nova insegurança: aumentou a expectativa de inflação.

Daí, a ofensiva do "mercado" para fritar o Tombini.

É porque, como disse a Dilma à Safatle, a diretoria do Banco Central agora não tem mais ninguém "do mercado".

Que horror !

Mas, como diz a presidenta, não vem que não tem.

É bom o Palocci ficar lá como Chefe de Gabinete de luxo.

E o Meirelles cuidar de estádios.

O negócio agora são as medidas macroprudenciais.

Não entendeu, amigo navegante ?

O "mercado" também não.

Que bom !

Paulo Henrique Amorim



(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.


(**) Não tem nada a ver com cólon. São os colonistas do PiG que combateram na milícia para derrubar o presidente Lula e, depois, a presidenta Dilma. E assim se comportarão sempre que um presidente no Brasil, no mundo e na Galáxia tiver origem no trabalho e, não, no capital. O Mino Carta costuma dizer que o Brasil é o único lugar do mundo em que jornalista chama patrão de colega. É esse pessoal aí.