FMI põe o PiG (*) e os neoliberais a KO
Saiu no Estadão online:
FMI endossa uso de controle de capital pela primeira vez em 70 anos
Fundo delineia plano sobre como aconselhar países a melhorar os controles para conter surtos de capital
Clarissa Mangueira, da Agência Estado
WASHINGTON - Numa grande reviravolta política, o Fundo Monetário Internacional (FMI) endossou o uso de controles sobre os fluxos de capital estrangeiro pela primeira vez em 70 anos de história.
Em meio a uma forte polêmica dentro do FMI, os membros do fundo delinearam um plano político sobre como a instituição irá aconselhar países, como Brasil, China e Indonésia, a melhorar o uso dos controles para conter surtos de investimentos de capital. O fundo também estabeleceu as bases para o Grupo das 20 maiores economias do mundo (G-20), que busca desenvolver um "código de conduta" sobre o uso de controles de capital - uma prioridade definida pela França, que preside o grupo.
O FMI defendeu tradicionalmente mercados abertos aos fluxos de investimento. O apoio do fundo aos controles de capital representa uma inversão da sua posição histórica contra tais medidas. Os controles de capital ou a utilização de impostos, taxas de juro e outros instrumentos de política para controlar o fluxo de dinheiro dentro e fora dos países, têm sido a ruína de bancos, fundos de hedge e administradores de carteira, que querem a livre circulação do dinheiro de seus clientes.
Agora, o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, afirma que o fundo está adotando uma visão "muito prafmática" dos controles de capital.
Sobe o novo plano, os controles de capital podem ser endossados pelo FMI em alguns casos. Além disso, as autoridades deverão tentar aprofundar seus mercados de capital para ajudar a absorver os fluxos de capital e evitar que o aumento desses fluxos provoque distorções prejudiciais nas suas economias.
(...)
O Globo de hoje, na página 19, traz interessante declaração do diretor do Brasil no Fundo Monetário Internacional, Paulo Nogueira Batista Junior.
Paulo Nogueira não usa essas palavras, mas dá a entender o seguinte:
O FMI não teria legitimidade para impedir o Brasil de controlar a enxurrada de dólares.
Os Estados Unidos, segundo Paulo Nogueira, inundaram o mundo de dólares para desvalorizar a sua moeda e, com isso, desequilibraram as moedas do mundo e provocam uma super-valorização do real.
Agora, o FMI joga no lixo a Teologia neoliberal, aquela que se iniciou com os Chicago Boys do Pinochet:
Deixa tudo flutuar e o "mercado" regula com a "mão invisível".
O PiG (*) brasileiro é um dos últimos redutos de resistência da obra que os Chicago Boys deixaram de herança para o sombrio governo do Fernando Henrique Cardoso.
O FMI já foi a Catedral de São Pedro da Teologia neoliberal.
Não é mais.
O PiG (*) está perplexo também porque uma agência de risco, a Fitch, elevou a nota do Brasil.
Quem assistou ao filme "Trabalho Interno" sabe que essas agências de risco tem tanto de Ciência quanto a Astrologia.
Só que os alquimistas das agências de risco ganham muito mais dinheiro do que as cartomantes de fundo de quintal.
O PiG (*) está perplexo, porque decretou a falência da política econômica - clique aqui para ler "Mercado, PiG e tucanos querem juros na veia" - poucos dias antes da elevação da nota do Brasil na Fitch.
O PiG (*) acreditava no FMI neoliberal e nas agências de risco.
Deu no que deu.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.