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Agnelli para presidente da Globo

Saiu no Globo: "Agnelli: perfil versátil e reconhecimento global".
publicado 06/04/2011
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Saiu no Globo, na página 23:

"Agnelli: perfil versátil e reconhecimento global".

"Após 10 anos na Vale, ex-presidente deve cumprir quarentena e passa a ser opção a empresas de variados setores".

Navalha

Trata-se da publicação do curriculum vitae do Roger, aquele que a Presidenta demitiu há um mês e que se tornou um dogma da Teologia neoliberal.

A reportagem de dois repórteres do Globo faz de Agnelli virtual presidente da Organizações (?) Globo.

Versátil, reconhecimento "global", experiência com política, salário de R$ 15 milhões anuais, experiência em banco de varejo, pode trabalhar em concessionária de energia, transporte e telecomunicações (epa ! epa !).

Está tudo claro !

Agnelli vai comandar a Globo.

Seria inconcebível uma empresa de telecomunicações publicar um perfil tão glorioso e não contratar o referido executivo.

Seria um desperdício !

(Porque não se pode imaginar que o Globo se preste ao papel de procurar emprego para o Roger.)

Os filhos do Roberto Marinho (*) já tiveram o dissabor quando contrataram um executivo versátil e de reconhecimento global, idolatrado pelo PiG (**) e pelo governo tucano.

Trata-se do Executivo Versátil e Global que realizou a metamorfose da Petrobras em Petrobrax.

Foi um desastre ferroviário, diria o Mino Carta.

O perigo é o Roger assumir a presidência absoluta das Organizaçõs (?) Globo e criar dois problemas.

Primeiro, ele gosta de jatinho da Bombardier.

E na empresa dos filhos do Roberto Marinho não se recomenda ter jatinho melhor do que os dos filhos do Roberto Marinho.

Segundo, o Roger, segundo a revista Economist, tem a mania de vender um produto só.

Quando assumisse a presidência da Globo, seria capaz de fechar o jornal nacional e fazer a novela das 6, das 7, das 8, das 9 e das 10.

Seria o mesmo raciocínio que aplicou à Vale, quando se concentrou em vender minério de ferro e pouco mais.

Como novela é o que dá mais dinheiro, ele se concentraria em novela.

Aí, surge um problema:

Como lustrar o ego Versátil e Global, sem o jornal nacional ?

Muito simples.

A urubóloga entrevistá-lo às 2ªs, 4ªs e 6ªs no Bom (?) Dia Brasil e, uma vez por semana, ele aparecer na Ana Maria Braga para fazer omelete ou ensinar como dar nó em gravatas francesas.

 



Em tempo: na capa da sessão de Economia, o Globo parece muito preocupado com o pedido da OEA para suspender a licença da usina de Belo Monte. Trata-se de uma peripécia que não vai dar em nada. O que vai dar, e muito, é a condenação da Lei da Anistia pela Corte de Justiça da OEA. Essa, sim, vai provocar uma grande confusão. E este ansioso blogueiro não percebe no Globo o mesmo entusiasmo para fazer com que a decisão da OEA sobre torturadores se respeite com o empenho que o Globo exige para dinamitar Belo Monte. Nenhum dos países signatários da Carta da OEA, a começar pelos EUA, respeitou ou respeita os povos indígenas como o Brasil.

Em tempo 2: O Vasco telefona para dizer que o Agnelli pode ser Presidente de tudo. Menos gerente de uma agência do Bradesco.



Paulo Henrique Amorim


(*) Eles não têm nome próprio.

(**) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.