Indústria e bens de capital puxam o PIB. Que horror !
Saiu no Valor, pág. A3:
Indústria puxa PIB. Produção subiu em março
A indústria de bens de capital – a indústria de máquinas e equipamentos – subiu uma barbaridade em março: 3,4%.
Já tinha subido 2,2% em fevereiro.
(Comparação com o mês anterior.)
Essa é uma boa notícia com duas faces.
Significa que a economia compra máquinas e ninguém compra máquina para botar na varanda.
É para produzir mais, no futuro.
E a economia compra bens e equipamentos produzidos aqui dentro, na indústria nacional, que emprega brasileiros, e não faz como o Agnelli (leia o “em tempo”), também chamado de Roger, que dava emprego em Cingapura e em Omã.
O PIB desses três primeiros meses do ano deverá ser uma espécie de Pibão, o que, segundo o Valor, “é mais forte do que o desejado pelo Governo (sic) e esperado pelo mercado (e daí ? –PHA)”.
O que deve deixar o pessoal do “quanto pior melhor” em apuros.
O que dirá, por exemplo, o Padim Pade Cerra ?
É o câmbio !
O aborto !
Onde estão as APAES ?
Precisamos de máquinas e equipamentos, mas para construir aquele cano que irá de Sergipe ao Ceará !
Enquanto isso, na Suma Teológica que escreve diariamente no Globo, a urubóloga está muito preocupada com a inflação – clique aqui para ler o que Delfim Netto pensa desse dragão que o PiG (*) e os bancos tentam tirar da cova: “a inflação não vai explodir”, disse ele ontem no Valor.
Compreende-se a angustia intelectual da urubóloga.
Ela se formou com uma geração de jornalistas de Economia - que não são um nem outro, segundo o Delfim (depois ele desmentiu) -, que subiram com a hiper-inflação e chegaram a Passárgada com o Plano Real do presidente Itamar Franco (que essa geração impropriamente atribui ao Farol de Alexandria).
De lá para cá, essa geração perdeu o Norte – e as fontes de informação.
Na entrevista que o presidente do Banco Central lhe concedeu não há um grama de novidade.
Compreende-se.
Em tempo: num caderno especialíssimo, “os melhores executivos do Brasil eleitos pelos head-hunters”, do Valor de hoje, na página 66, sabe-se que Agnelli é o melhor executivo do Brasil na área de mineração. Interessante. Será o primeiro caso de “executivo” dispensado pelo patrão que se elege um dos “melhores”. Tai, ele deve ter emprego garantido na Globo, um dos donos do Valor.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.