Por Abílio, BNDES declara guerra do Brasil à França
Eis a nota oficial que o grupo francês Casino publicou nos jornais a propósito de “BNDES vai dar uma BrOi de presente a Abílio, com odor de Palocci” (CBD é Pão de Açúcar) :
"Comunicado ao Mercado
Após semanas de negar informação ao Casino, à Companhia Brasileira de Distribuição (CBD) e ao mercado, foram finalmente divulgados, ontem, os termos de uma operação envolvendo um fundo de investimentos, o sr. Abilio Diniz e o Carrefour. Trata-se de proposta estruturada em conjunto, em segredo e de forma ilegal, com o objetivo de frustrar as disposições do acordo de acionistas que regem a Companhia Brasileira de Distribuição (CBD) e, indiretamente expropriar do Casino os direitos de controle adquiridos e pagos no ano de 2005.
Ao conduzir estas negociações, o Carrefour e o sr. Abilio Diniz ignoraram deliberadamente tanto a lei e os contratos quanto os princípios fundamentais da ética comercial.
O Casino tem sido um acionista leal da CBD, comprometido e de longo prazo, desde 1999, quando foi convidado pelo sr. Abilio Diniz e sua família para se tornar o maior acionista da companhia, numa época em que a CBD passava por sérias dificuldades.
Em 2005, em nova demonstração de compromisso com o Brasil e com a CBD, o Casino adquiriu do sr. Abilio Diniz e de seus familiares o direito de se tornar controlador da CBD em 2012. Não se tratou então, como não se trata ainda hoje, de um investimento financeiro ou especulativo, mas, sim, de um compromisso de longo prazo no Brasil, por parte de quem tem mais de 110 anos de história no varejo.
Reafirmamos mais uma vez nosso compromisso com o Brasil e com a CBD, bem como com seus colaboradores, sua administração, seus clientes, seus fornecedores e demais stakeholders.
Também queremos reiterar nosso apoio ao crescimento continuado da CBD, respeitando sempre sua identidade e nacionalidade brasileira.
O Casino vem a público para afirmar que deseja apenas o pleno e contínuo respeito à letra e ao espírito dos contratos em vigor. Estamos confiantes que as leis e as autoridades brasileiras não permitirão que prevaleça qualquer ameaça ou estratagema destinado a violar direitos legitimamente constituídos de acordo com as leis do país."
O Casino diz que Abílio estava quebrado quando entrou para salvar a empresa.
Diz que Abílio não tem bala e ia ceder o controle ao Casino em 2012.
Diz que Abílio rompeu contratos.
O Casino diz também que Abílio conspirou secretamente e ilegalmente com um banco do Governo brasileiro, que administra o dinheiro dos trabalhadores (FAT), o BNDES.
O Casino tem 110 anos de vida.
E não vai entregar o mercadinho brasileiro de varejo, essa irrelevância, assim, em silêncio.
Repete-se a operação da BrOi – clique aqui para ler sobre a trampa da BrOi.
O BNDES entrou na BrOi com dinheiro do trabalhador (do FAT) para dar um cala-a-boca o passador de bola apanhado no ato de passar bola (que no Brasil só vai em cana na novela da Globo e oferecer, como dádiva, uma empresa que controlava 80% da telefonia fixa do Brasil a dois empresários – Andrade e Jereissati, que não botaram um tusta do próprio bolso no negócio.
Agora, o dinheiro do trabalhador vai para o Abílio melhorar sua posição no Pão de Açúcar – continuará a ser minoritário, mas vai dominar 30% do varejo brasileiro.
Veja só, amigo navegante: 30% do varejo, da tendinha ao hipermercado.
Trinta por cento serão do minoritário Abílio – esse padrão de Ética nos negócios, segundo os Klein, das Casas Bahia.
Trinta por cento do varejo brasileiro, essa merreca.
E será a terceira maior empresa do Brasil.
Só que o Abílio não é o Daniel Dantas – clique aqui para assistir ao vídeo do jornal nacional em que ele passa bola a um agente federal.
O Daniel calou o PiG (*) e fez com que a BrOi se tornasse uma maná (para os portugueses da Portugal Telecom) e para ele próprio).
O Casino não é os fundos de pensão, que se deixaram engoliram pela BrOi numa boa, sem tugir nem mugir.
O BNDES acha que vai criar a burguesia nacional.
Com a BrOi, salvou a burguesia portuguesa.
Agora, com o novo Abiliô (por favor, assim mesmo, revisor, afrancesado, Abiliô) vai ajudar o Esteves do BTG Pactual e o Carrefour.
E provocar uma guerra intercontinental.
Se o PiG quis desgastar a Dilma com a revanche da Itália por causa do Battisti, não perde por esperar a fúria francesa.
Ou o Casino vai ficar parado ?
E o que o BNDES tem a ver com as trapalhadas do Abiliô ?
Só porque ele quer ficar um minoritário mais forte e se vingar do Casino ?
Isso é uma questão entre empresários.
Uma desavença empresarial.
O BNDES não tem nada a ver com isso.
Muito menos o trabalhador do FAT.
O Casino tem razão ?
O Abílio tem razão ?
E daí ?
Isso é problema deles.
Ah, se o general De Gaulle fosse vivo !
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.