PNBL do Bernardo: para as telefônicas não muda nada
- O que as telefônicas vão ter que fazer de diferente do que fazem hoje ?
- Nada muito diferente. Aliás, hoje no mercado já há ofertas melhores do que as do Plano Nacional de Banda Larga.
Este diálogo se travou – não é literal - entre este ansioso blogueiro ( “ansioso” foi o adjetivo que o blogueiro mereceu do Ministro Paulo Bernardo) e Samuel Possebon, diretor editorial da publicação Teletime, a mais respeitada publicação brasileira do ramo das telecomunicações.
A entrevista completa vai ao ar nesta terça-feira, às 22h15, na Record News, logo após o programa do Heródoto Barbero.
A banda larga vai ser “universal” – ou seja, chegar a todos os lares brasileiros, do Oiapoque ao Chuí ?
Não.
O PNBL do Bernardo não garante levar a banda larga à zona rural.
Vai custar mesmo os R$ 35 ?
Sim, se você só quiser banda larga no celular.
(E baixar todos os vídeos e áudios que quiser, pelo celular.)
Se quiser também no telefone fixo vai pagar a assinatura básica (o que já é um abuso) e R$ 65 por mês.
O Bernardo vai entregar um mega de velocidade ?
Bom, hoje, elas entregam 10%.
Se tudo correr bem, vão entregar os 40% que a Presidenta pediu.
E se a telefônica não cumprir o que prometeu – nem os 40% ?
Vá se queixar à Anatel.
E a Anatel responde rápido à reclamação ?
Às vezes leva dez anos.
As telefônicas serão obrigadas a cumprir normas rígidas de qualidade ?
A Anatel se comprometeu a defini-las até outubro.
E se elas não cumprirem ? Vão pagar alguma multa ?
Se quiserem, transformam a multa em dinheiro em antecipação de investimento.
Não precisam pagar em dinheiro.
Não.
Pano rápido
Então, amigo navegante, é com esse Plano Nacional de Banda Larga que o Ministro Bernardo disse que ia combater o PiG (*), não é isso ?
Pano rapidíssimo.
Paulo Henrique Amorim
(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.