Derivativos: o Brasil não é a casa da mãe Joana
Saiu no Valor, pág. C2:
Conselho Monetário Nacional vira regulador dos derivativos e terá visão global, diz Nelson Barbosa, secretário executivo do Ministério da Fazenda.
"Agora o CMN poderá intervir se e quando achar necessário. Intervenção na forma de resolução, especificando limites, compulsórios, e nas próprias características dos contratos de derivativos. Vai poder avaliar se eles trazem riscos sistêmicos, aprovar a criação de contratos novos, analisar os existentes. Enfim, o CMN vai ser o regulador do mercado de derivativos", disse.
Até agora, cabia à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) cuidar das exposições cambiais das empresas abertas, o Banco Central regulava o sistema financeiro e a Receita Federal via os negócios pelo lado tributário. "Mas dentro do espírito do que foram as conclusões do pós-crise de 2008, tem que ter supervisão, regulação, padronização e transparência", completou.
"Consideramos que uma apreciação adicional do real teria mais efeitos negativos do que positivos para a economia brasileira. Grande parte da apreciação do real decorre das operações de derivativos, que constroem apostas na valorização da moeda altamente alavancadas", comentou o secretário.
O Brasil aprendeu a lição da crise americana de 2008, quando quebrou o banco Lehman.
O Brasil decidiu regular o mercado de “derivativos”, aquela operação financeira que o Warren Buffet não conseguiu entender.
É a especulação dentro da especulação, a partir de uma especulação especulada.
O presidente Clinton desmontou o sistema de regulação que havia nos Estados Unidos, desde Franklin Roosevelt, para impedir essa farra.
Deu no que deu.
O Brasil é o imã do investimento estrangeiro.
Não poderia entregar essa bomba relógio à Comissão de Valores Mobiliários, notoriamente avessa a combater excessos (e, às vezes, a combater irregularidades, como prova sua leniência com as operações do “banco” Opportunity do passador de bola apanhado no ato de passar bola – clique aqui para ver o vídeo do jornal nacional sobre a passagem de bola e que o Gilmar Dantas (*) ignorou.)
O “mercado” considera a medida difícil de ser implementada (sic) - é o que diz o mesmo Valor.
Outros acham que vai levar o mercado de derivativos para fora do Brasil.
Tomara !
Definitivamente, amigo navegante, não tente entender as medidas que o Ministro Mantega tomou nesta quarta-feira com as explicações da urubóloga.
Este ansioso blogueiro foi submetido à tortura intelectual de ter que ouvir a CBN, a rádio que troca a notícia.
Por dez intermináveis minutos – tratamento de canal é mais agradável – a urubóloga explicava a um suposto âncora o que o Mantega tinha acabado de anunciar.
Submetida a explicação a um professor de português, uma banda de matemáticos do INPE e a três prêmios Nobel de Economia, seria considerada incompreensível.
Este ansioso blogueiro gosta muito quando ela diz assim “a economia brasileira” ...
E a economia americana ?
E a economia mundial ?
Paulo Henrique Amorim
(*) Clique aqui para ver como um eminente colonista do Globo se referiu a Ele. E aqui para ver como outra eminente colonista da GloboNews e da CBN se refere a Ele.