Economia
Presidente do BC: crise é consequência das respostas de 2008
Saiu no Blog do Planalto: Para Tombini, crise internacional é consequência das respostas que foram adotadas em 2008.
publicado
10/08/2011
Saiu no Blog do Planalto:
O Brasil está pronto para enfrentar a crise financeira global, pois preparou-se para um ambiente internacional mais desafiador e para um agravamento do quadro, “quando e se ocorrer”. O diagnóstico é do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, que participou na manhã desta quarta-feira (10/8) da abertura do Seminário Internacional sobre Justiça Fiscal, promovido pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), em Brasília (DF).
Tombini afirmou que a crise fiscal que o mundo atravessa é consequência das respostas que foram adotadas em 2008, quando a crise surgiu. Ele disse que, à época, os países emergentes “fizeram o dever de casa”, por isso saíram mais cedo da crise e, desta vez, sentirão menos os impactos.
Quanto à estratégia brasileira de resposta à crise atual, o presidente do BC informou que “a primeira linha de defesa” é o regime de câmbio flutuante. Segundo ele, a situação brasileira é mais estável que a dos países desenvolvidos em decorrência das reservas internacionais, que aumentaram quase US$ 150 bilhões em relação à 2008; da reserva de compulsórios, que foi acrescida em R$ 170 bilhões desde 2008; além de “um sistema financeiro que está bem capitalizado, funcionando, e com o crédito expandindo numa velocidade bastante robusta”.
“Por último, mas não menos importante, é o fato de termos um mercado doméstico hoje ampliado. Na última década, a classe média cresceu em mais de 35 milhões de pessoas, em função da estabilidade macroeconômica, mas também em função de políticas bem desenhadas e efetivas. Essa é uma fortaleza, serviu ao Brasil em 2008, e não será diferente se houver uma agudização das condições do cenário internacional daqui para frente”, afirmou.
Inflação - Alexandre Tombini lembrou que no início do ano houve alta significativa dos preços no país, causada pelo aumento dos preços das commodities e dos preços administrados em janeiro, decorrentes de desastres ambientais como as chuvas. Entretanto – garantiu o presidente do BC – o governo tem adotado uma estratégia ampla de combate à inflação, como o corte nos gastos públicos de R$ 50 bilhões e a fixação de uma meta fiscal.
Ele citou ainda medidas para que o crédito cresça, porém de “forma segura”, e a elevação de 1,75 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, de janeiro a julho deste ano. A perspectiva do mercado financeiro é que a média mensal da inflação, neste segundo semestre, fique em torno de 0,38%, “combatível com a meta de inflação”, completou.
“Temos atacado frontalmente essa questão [da inflação] na gestão da presidenta Dilma (…). Já temos alguns resultados importantes. A sensação de descontrole inflacionário sumiu (…) e a inflação está convergindo para o centro da meta”, disse.